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Estudo identifica mais de 2,8 mil pistas de pouso na Amazônia

Número é mais do que dobro do registrado na Anac

7 fev 2023 - 13h24
(atualizado às 13h42)
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Um estudo inédito realizado pela plataforma MapBiomas e divulgado nesta terça-feira (7) identificou 2.869 pistas de pouso na Amazônia, mais do que o dobro de estruturas registradas legalmente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na região.

Garimpo ilegal avançou de maneira exponencial dentro das TIs
Garimpo ilegal avançou de maneira exponencial dentro das TIs
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Conforme o grupo, 804 delas ficam dentro de algum tipo de área protegida, sendo que 320 ficam dentro de Terras Indígenas (TIs) e 498 em Unidades de Conservação (UCs). Outro detalhe é que 456 dessas pistas (15,8%) ficam a até cinco quilômetros de garimpos - só que a situação é pior quando consideradas as Tis: na Yanomami, 33,5% das estruturas estão distribuídas dessa forma; na Kayapó, o percentual sobe para 34,6%; e na Munduruku para 80%.

Segundo o coordenador técnico do mapeamento da mineração no MapBiomas, Cesar Diniz, "há um problema logístico intrínseco ao garimpo, em especial dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação, onde não há grandes rotas de acesso terrestre ou fluvial. Isso exige o acesso aéreo para abastecimento do garimpo e escoamento da produção ilegal".

"Seja por helicópteros ou aviões de pequeno porte, por pistas ilegais ou pistas legais cooptadas pelo crime, grande parte da produção garimpeira amazônica é feita por via aérea. Portanto, identificar essas pistas de pouso encravadas na floresta Amazônica é tarefa essencial para estrangular o garimpo ilegal", acrescenta.

O documento aponta que a TI Yanomami, palco de uma tragédia humanitária em andamento, lidera no número de pistas de pouso, com 75. Na sequência, aparecem as TIs Raposa Serra do Sol (58), Kayapó (26), Munduruku (21) e o Parque do Xingu (21).

"A correlação com o avanço do garimpo na região é inequívoca: as Terras Indígenas mais exploradas pelo garimpo foram a Kayapó, na qual 11.542 hectares foram tomados pelo garimpo até 2021, seguida pelo território Munduruku, com 4.743 hectares e a terra Yanomami, com 1.556 hectares", acrescenta o comunicado.

Já no caso das UCs, a primeira do ranking é a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, com 156 pistas; a Floresta Nacional (Flona) do Amaná, com 53; a APA Triunfo do Xingu, com 47; e a Floresta Estadual do Paru, com 30.

O estudo do MapBiomas ainda analisou a situação por estados e o Mato Grosso é o que tem mais pistas, com 1.062, seguido por Pará (883) e Roraima (218). Mas, o estado paraense é o que tem as quatro cidades com maior número de pistas, inclusive Itaituba, "de onde sai 81% do ouro ilegal do país".

"Em 2021, o bioma Amazônico concentrou mais de 91% do garimpo brasileiro. Nos últimos 10 anos, a expansão da área de garimpo em Terras Indígenas foi de 625%, saltando de pouco mais de três mil hectares em 2011, para mais de 19 mil hectares em 2021. Nas Unidades de Conservação, o cenário não é diferente: a expansão de área garimpada foi de 352% em 10 anos, saltando de 20 mil hectares em 2011 para pouco mais de 60 mil hectares em 2021", pontua ainda o MapBiomas.

O combate ao garimpo ilegal é uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já começou a intensificar as ações contra áreas de exploração. .

Ansa - Brasil
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