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EUA não pediram detenção de brasileiro em Londres, diz Casa Branca

David Miranda é companheiro de jornalista que denunciou a estratégia de ciberespionagem do governo dos Estados Unidos

19 ago 2013 - 15h19
(atualizado às 15h46)
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David foi recepcionado por seu companheiro, o jornalista Glenn Greenwald
David foi recepcionado por seu companheiro, o jornalista Glenn Greenwald
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

As autoridades britânicas avisaram aos Estados Unidos antes de prenderem o companheiro brasileiro do jornalista norte-americano que publicou as primeiras denúncias de espionagem vazadas por Edward Snowden, disse a Casa Branca nesta segunda-feira. Mas autoridades americanas não pediram à Grã-Bretanha para deter e interrogar o brasileiro David Miranda, parceiro do jornalista Glenn Greenwald, do periódico britânico The Guardian, informou o governo dos Estados Unidos.

"Essa é uma decisão que eles tomaram por conta própria", disse o porta-voz da Casa Branca a repórteres. O porta-voz não informou quando foi feito o aviso das autoridades britânicas aos EUA sobre a detenção de Miranda. Na manhã desta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador britânico em Brasília, Alexander Ellis, para demonstrar a insatisfação do governo brasileiro em relação à retenção de David Michael Miranda por nove horas no Aeroporto de Heathrow, em Londres, ontem. 

Glenn Greenwald denunciou, em matérias publicadas no The Guardian, a estratégia de ciberespionagem do governo dos Estados Unidos. As reportagens foram baseadas em documentos fornecidos por Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços à Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA, na sigla em inglês).

Greenwold disse hoje, na chegada de David Miranda ao Rio de Janeiro, que o episódio era uma forma de intimidá-lo. O brasileiro desembarcou cedo no aeroporto internacional Tom Jobim/Galeão. Ele contou que foi abordado no aeroporto de Londres por vários homens que lhe disseram que seria levado a uma sala para ser interrogado. "Fizeram perguntas sobre a minha vida inteira e ainda levaram o meu computador, o videogame, celular, máquina fotográfica e cartões de memória", relatou.

Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

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