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EUA oferecem ao Brasil uso de três satélites de imagens profundas para monitoramento da Amazônia

Segundo o administrador da Nasa, um dos novos equipamentos pode ver através da copa das árvores. O outro, permite ler a umidade do solo.

24 jul 2023 - 13h41
(atualizado às 14h51)
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Área desmatada em meio à floresta amazônica no município de Uruará, Pará, Brasil 14/7/2021
Área desmatada em meio à floresta amazônica no município de Uruará, Pará, Brasil 14/7/2021
Foto: Bruno Kelly/Reuters

O governo norte-americano ofereceu ao governo brasileiro o uso de três novos satélites que podem dar informações mais detalhadas sobre a situação do desmatamento da Amazônia, durante uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o administrador da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, Bill Nelson.

"Nós já mandamos informações dos nossos satélites para ajudar a localizar o desmatamento na Amazônia. Estamos colocando em órbita mais três satélites que vão aumentar a habilidade de detectar a destruição da floresta", disse Nelson.

Segundo o executivo, um dos novos equipamentos pode ver através da copa das árvores. O outro, permite ler a umidade do solo.

"Nós temos instrumentos no espaço que podem identificar doenças e pragas na floresta e isso nos ajuda a prevenir incêndios florestais, outra fonte de destruição da floresta. A discussão foi muito além desses itens, foi muito produtiva para os dois lados. Também teremos reuniões de acompanhamento dos nossos cientistas (dos EUA) com os brasileiros", complementou Nelson.

A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, afirmou que a proposta é bem-vinda e será repassada aos cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que farão a análise da necessidade de o Brasil usar essas novas imagens.

Luciana citou a construção do satélite CBERS-6, que deve começar este ano em uma parceria com a China, que terá a capacidade de ver através das nuvens, o que facilitaria o acompanhamento do desmatamento. A previsão, no entanto, é que o CBERS-6 só seja lançado em cinco anos.

"Nossos cientistas vão analisar a necessidade. Tem que ver as possibilidades, o custo", disse a ministra.

Da parte do governo brasileiro, afirmou Luciana Santos, o maior interesse é que os norte-americanos observem a indústria espacial brasileira.

"Nós temos várias empresas da indústria espacial com condições de fornecer equipamentos para a Nasa". defendeu.

Nos próximos dias, Bill Nelson irá a São Paulo e São José dos Campos, em visitas ao Inpe e à Agência Espacial Brasileira.

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