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"Evangélicos fizeram por merecer a má fama", diz reverendo Caio Fábio

Religiosos o consideravam o pastor número um do Brasil nos anos 1980 e 1990

16 abr 2023 - 13h55
(atualizado às 14h23)
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Caio Fábio D'Araujo Filho
Caio Fábio D'Araujo Filho
Foto: Divulgação

O reverendo Caio Fábio D'Araújo Filho, membro da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, afirmou neste domingo, 16, que evangélicos fizeram por merecer a má fama que tantas vezes lhes é atribuída. O religioso ainda atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamando-o de "déspota perverso".

"Tenho que admitir que o olhar da sociedade para evangélicos não é exageradamente negativo. Eles fizeram por merecer no curso dos últimos 40 anos. Desenvolveram-se suficientemente do ponto de vista numérico e no que diz respeito a ambições políticas e a ênfase que deram no dinheiro, de tal modo que Deus não ouve orações se o indivíduo não fizer sacrifícios financeiros. Existem exceções, mas são infelizmente apenas isso", declarou Caio Fábio, em entrevista à Folha de S.Paulo.

O reverendo ainda disse acreditar que a esquerda do País não sabe dialogar, de fato, com a classe religiosa.

"Muitos líderes que têm vocação para aiatolá e para o coronelismo sempre estiveram nessa situação de despotismo comunitário. Um cara como Bolsonaro, um déspota perverso e insano, caiu como uma luva [para os evangélicos]. Não precisa ter lógica", acrescentou.

Relação com Lula

O atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT), e Caio Fábio já são antigos conhecidos. A primeira vez que os dois se viram foi nos anos 1990, no Congresso, durante evento da Associação Evangélica Brasileira. A partir de então, os dois passaram a se encontrar para almoços e reuniões, segunfo Fábio, que duravam cerca de sete horas.

A relação, no entanto, ficou desgastada após Lula entrar na política.

"Em 1998, veio uma pessoa da Flórida, que me conhecia de lá e conhecia Lula daqui. Chegou na Fábrica de Esperança [ONG de Caio] com uma história de dossiês, vantagens e possibilidades. Ele quis me envolver de qualquer modo. Praticamente todos os candidatos vieram me procurar porque aquele cara falou que era eu que sabia da história. Aquilo criou um imbróglio que acabou prejudicando meu relacionamento com Lula", explicou.

Apesar da confusão, Fábio garante apoio ao petista: "Votei nele em 2002". 

Fonte: Redação Terra
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