Ex-diretor da Petrobras recebia propina em conta na Suíça
R$ 30 milhões das propinas foram às contas de Renato Duque e Pedro Barusco, ex-executivos da estatal
As propinas pagas ao ex-diretor da área de serviços da Petrobras, Renato Duque, e ao ex-gerente executivo da estatal, Pedro Barusco, eram pagas “em sua maioria” em contas na Suíça, segundo o executivo da Toyo Setal, Julio Camargo, informou ao Ministério Público por meio de delação premiada. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, um dos pagamentos teria sido feito na conta offshore chamada Dreno, no Banco Cramer e “controlada pelo próprio Duque”.
Já Barusco teve mais de R$ 20 milhões “apreendidos administrativamente” na Suíça pelas autoridades daquele país. Os depoimentos de Julio Camargo descrevem que em nove obras da Petrobras houve desvio de recursos, sendo que R$ 30 milhões do montante foram destinados a Duque e Barusco.
Na refinaria Repav da Petrobras, em São José dos Campos (SP), construída pela Toyo, Camargo Corrêa, OAS e SOG, Julio Camargo revelou que R$ 6 milhões foram pagos à dupla. No projeto Cabiúnas, outros R$ 3 milhões foram depositados em contas no Brasil e no exterior. E no caso da refinaria Repar, outro executivo da Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, afirmou ao MP – também em delação premiada – que foram pagos R$ 20 milhões; Camargo diz que foram R$ 12 milhões.
Para o MP, em sua manifestação, Camargo e Mendonça não narram apenas os fatos, mas “indicam contas bancárias utilizadas nas transações, datam as transações, especificam locais de encontros, descrevem meios utilizados”.