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Ex-procuradora diz ter 'provas de corrupção' de Maduro

23 ago 2017 - 11h53
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Procurador-geral do Brasil, Rodrigo Janot e a procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Dias, afastada do cargo depois de se opor a convocação da Assembleia Constituinte pelo presidente Nicolás Maduro
Procurador-geral do Brasil, Rodrigo Janot e a procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Dias, afastada do cargo depois de se opor a convocação da Assembleia Constituinte pelo presidente Nicolás Maduro
Foto: Fátima Meira/Futura Press

A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz afirmou nesta quarta-feira (23) aos seus pares do Mercosul durante um encontro em Brasília que "tem muitas provas sobre diversos fatos de corrupção na Venezuela".

Segundo Ortega, que foi destituída do cargo pela polêmica Assembleia Constituinte, essas denúncias tem a ver "concretamente com o caso Odebrecht, que comprometem diversos altos funcionários, a partir do presidente da República", Nicolás Maduro.

A ex-representante ainda afirmou que sofre constantes "ameaças" contra sua vida e que se algo acontecer a ela "o responsável será o governo Maduro" e que ela é perseguida por conta das provas que têm contra os governantes.

Na reunião com os procuradores de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru, a ex-procuradora ainda afirmou que em seu país "houve a morte do Direito". "A estabilidade da região está em perigo", acrescentou fazendo um pedido para que os "venezuelanos não percam a esperança e o direito de mudar".

Por sua vez, o procurador-geral do Brasil, Rodrigo Janot, classificou o governo de Maduro como "ditatorial" e disse que o Ministério Público venezuelano foi alvo de "um estupro institucional".

"Sem independência, o MP do nosso vizinho ao norte não tem mais condições de defender os direitos fundamentais das vítimas e acusados nem de conduzir com objetividade investigações criminais ou de atuar em juízo com isenção", acrescentou Janot.

Ortega era aliada de Maduro até a convocação da polêmica Assembleia Constituinte pelo presidente. O grupo de 545 novos representantes, todos pró-governo, terá a responsabilidade de reescrever a Carta Magna do país.

Para ela, essa "eleição" não respeitou a Constituição e foi feita de maneira ilegal. Assim que tomou posse, a Constituinte teve como primeiro ato a destituição de Ortega e o governo acusou ela e seu marido, o ex-deputado chavista Germán Ferrer, de serem os "mentores" dos protestos diários realizados no país desde o início de abril e que já deixaram cerca de 130 mortos.

Após as acusações, a ex-procuradora e seu marido fugiram do país para a Colômbia. Por conta dessa fuga Maduro solicitou um pedido de captura internacional para a Interpol contra os dois.

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