Fábricas reduzirão substância em refrigerante por risco de doença
As fabricantes de refrigerantes no Brasil Coca-Cola, Companhia de Bebidas das Américas (AMBEV) e a Schincariol se comprometeram a reduzir, no prazo máximo de cinco dias, a quantidade de benzeno - agente químico capaz de desencadear doenças sanguíneas, segundo especialistas - em todos os seus refrigerantes de baixas calorias ou dietéticos cítricos. As empresas firmaram o acordo por meio de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais.
As empresas deverão adotar medidas para que esses refrigerantes passem a ter, como parâmetro máximo, a quantidade de 5ppb (cinco partes por bilhão ou 5 microgramas por litro) de benzeno, limite adotado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a água potável.
A presença do benzeno nas bebidas foi detectada em 2009 pela Associação de Consumidores Pro Teste ao realizar exames em sete amostras de diferentes marcas. A partir da informação, o MPF instaurou inquérito civil público para apurar o caso. No curso da investigação, descobriu-se que, no Brasil, não existe qualquer regulamentação estabelecendo os níveis máximos de benzeno em refrigerantes.
Os fabricantes informaram que a formação do benzeno decorre de um processo químico geralmente desencadeado nos refrigerantes light/diet, já que a presença do açúcar inibe a formação da substância. Disseram ainda que "a eventual identificação de traços mínimos de benzeno em determinado produto pode se dar por razões diversas e alheias aos esforços da empresa, como, por exemplo, em decorrência da quantidade de benzeno pré-existente na água".