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FGV: 29,6% dos paulistanos estão satisfeitos com suas vidas

14 jan 2014 - 12h15
(atualizado às 12h35)
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A Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a rede social MyFunCity, criada para discutir interesses públicos no Brasil, divulgaram um estudo na manhã desta terça-feira que mostra quais são as maiores satisfações e insatisfações da população da cidade de São Paulo. A pesquisa acadêmica realizada na capital paulista fará parte do Índice Bem-Estar Brasil e mostrou que 7,1% dos entrevistados estão totalmente insatisfeitos com a vida, enquanto 28,8% estão relativamente satisfeitos e 29,6% estão totalmente satisfeitos.

O professor da FGV Fabio Gallo, um dos responsáveis pela pesquisa, ficou surpreso com os alguns números, mas ressaltou o nível de satisfação do paulistano.

“O alto grau de satisfação e as condições de vida não são as mais adequadas e mesmo assim o paulistano está satisfeito. Os aspectos positivos nos chamam mais atenção porque mostram que as pessoas ainda são muito otimistas. Já podemos admitir que classe C e D têm informação para reclamar e se admite satisfeito com um alto grau de bem estar”, disse Gallo.

Dos 29,6% paulistanos totalmente satisfeitos, 3% fazem parte da Classe A, 35% da Classe B, 50% da Classe C e 12% da Classe D. Já dentro dos 7,1% dos insatisfeitos, 3% está dentro da Classe A, 18% da Classe B, 45% da Classe C e 34% da Classe D.

Segundo a pesquisa, o paulistano considera a família o seu maior indicador de bem-estar. Já a maior insatisfação do cidadão de São Paulo é relacionada ao poder público, mais especificamente o Legislativo e o Judiciário.

A diretora da FGV Maria Tereza Fleury afirmou ter entregue o resultado da pesquisa ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. “É como um ato de respeito. É uma instituição muito respeitada e não tem agenda política e compromisso ideológico. A ideia de entregar ao prefeito é dizer que foi feita a pesquisa e vocês precisam tomar conhecimento dos resultados. Achamos que o poder público deve receber esse relatório e, a partir daí, quais vão ser as consequências não se sabe."

Mauro Motoryn, da MyFunCity, afirmou que Haddad recebeu os números muito bem. “O prefeito foi muito receptivo, mas os comentários só ele pode fazer. Nossa missão é envolver todos os poderes para buscar soluções para a sociedade”, disse.

Foram 786 pessoas entrevistadas, todas residentes na cidade de São Paulo, que responderam a 68 questões no período de 10 a 30 de novembro de 2013. Do total, 45% dos entrevistados são homens e 55% são mulheres. De acordo com a FGV, a seleção dos entrevistados levou em conta itens como idade, sexo e nível econômico.

Segundo a pesquisa, a família e as redes de relacionamento trazem mais bem estar aos paulistanos do que indicadores como vida profissional e financeira ou consumo, por exemplo. Em relação à insatisfação quanto apo pode público, a prefeitura foi a mais bem avaliada ao lado do governo federal. Já o desempenho dos vereadores da capital paulista foi o pior avaliado dentro do quesito.

Em segundo lugar na insatisfação vem o indicador transporte e mobilidade, principalmente no quesito “tempo que passo no trânsito”, seguido pela insatisfação com a segurança, educação e saúde.

Dez indicadores integram o Índice de Bem-Estar Brasil. São eles: Meio Ambiente, Transporte e Mobilidade, Família, Redes de Relacionamento, Vida Profissional e Financeira, Educação, Poder Público, Saúde, Segurança e Consumo:

Meio-ambiente

Os paulistanos estão insatisfeitos com a qualidade do ar, com o nível de ruídos na cidade e com a limpeza das ruas.

Transporte e Mobilidade

Foram considerados fatores mais críticos a qualidade do transporte público e o tempo gasto diariamente no trânsito, já que 31% dos participantes alegaram dispensar duas horas no trajeto de ida e volta do trabalho e/ou faculdade.

Família

Maior índice de satisfação dos paulistanos que alegam precisar de mais tempo disponível para a família e maior frequência de contato com familiares mais distantes.

Redes de relacionamento

Os paulistanos afirmam, segundo a pesquisa, que as opções de lazer na cidade precisam de uma melhora significativa e indicam como preferências aquelas que incentivam a atividade física. Além disso, os paulistanos valorizam a possibilidade de viajar.

Vida Profissional e Financeira

Guardar dinheiro para a aposentadoria é a maior preocupação dos cidadãos, seguida da vida financeira pessoal.

Educação

Neste indicador, o paulistano se mostra descontente com o nível das escolas públicas e considera as universidades privadas melhores do que as públicas. Os entrevistados também gostariam de maior acesso às bibliotecas.

Poder Público

Entre as dez variáveis de bem-estar que compõem o índice o Poder Público apresentou o pior desempenho em termos de satisfação com aspectos de elevada importância para o bem estar das pessoas. Além de baixo desempenho global, a população destaca negativamente o trabalho de vereadores, deputados, senadores e no funcionamento da justiça.

Saúde

Os participantes apontaram baixa satisfação (e alta relevância) com a Rede Pública de Saúde e o seu Nível de Atividade Física. Os casados apresentaram respostas que apontam para maior satisfação com a vida atual e pregressa, quando comparados com os solteiros. Os homens atribuem maior importância à vida sexual, para uma vida feliz, mas as mulheres estão menos satisfeitas sexualmente do que eles.

Segurança

Os entrevistados apontaram alta relevância e baixa satisfação com o nível de violência na cidade, trabalho da polícia e controle das fronteiras do Brasil, mas admiram o trabalho do Corpo de Bombeiros.

Consumo

Os indicadores de Planos de Saúde, Relação com Financeiras e Provedores de Serviços de TV ao mesmo tempo em que alcançaram os maiores níveis de importância para o bem-estar, no julgamento dos respondentes, apresentaram o pior desempenho em termos de satisfação por parte dos respondentes.

Fonte: Terra
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