Governo de SP anuncia que iniciará vacinação anti-Covid em 25/1
Serão 9 milhões de pessoas vacinadas na 1ª fase
O governo de São Paulo anunciou seu plano de vacinação contra o coronavírus Sars-CoV-2 nesta segunda-feira (07) e informou que iniciará a imunização dos grupos prioritários já no dia 25 de janeiro - data de aniversário da capital paulista - de maneira gratuita. O cronograma segue até 28 de março em escala por faixas etárias do primeiro grupo.
Todos receberão o imunizante CoronaVac, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, e as prioridades na primeira fase são serão profissionais da saúde, indígenas, quilombolas e idosos com mais de 60 anos - sendo que os que têm mais de 75 anos começarão a ser imunizados em 8 de fevereiro e aqueles com idades entre 60 e 64 anos tomarão a primeira dose em 1º de março.
O governador, João Doria, destacou que a escolha se deu porque a faixa etária "representa 77% dos óbitos no estado" e que "todos os profissionais da linha de frente" serão vacinados já nesse momento.
São Paulo praticamente dobrará os postos de vacinação, atingindo 10 mil unidades, incluindo farmácias, quartéis, escolas aos fim de semana, terminais de transporte público e também pelo sistema de drive thru. Serão 54 mil profissionais de saúde e 25 mil agentes de segurança utilizados enquanto durar a vacinação.
"Neste momento, a união de todos deve se sobrepor às disputas ideológicas. Na luta contra o vírus, não há brasileiros de primeira classe", disse Doria ao defender o plano estadual.
O governo ainda destacou que quatro milhões de doses serão disponibilizadas para outros estados brasileiros também a partir do dia 25 de janeiro.
Atualmente, a imunização está finalizando a terceira fase de testes clínicos no estado, sob supervisão e coordenação do Instituto Butantan, e os resultados devem ser anunciados em breve. Nas fases iniciais, estudos científicos mostraram que a CoronaVac conseguiu produzir uma resposta imunitária em 97% dos casos. Essa última etapa testa a eficácia, de fato, da imunização em conseguir prevenir a Covid-19.
O acordo entre o Butantan e a empresa chinesa prevê a entrega de 46 milhões de doses do imunizante e a transferência de tecnologia para a produção em território brasileiro.
No entanto, apesar do anúncio do governo paulista, a vacina ainda precisa receber a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para poder ser aplicada no país.
Por conta da pandemia, o órgão mudou a aprovação das vacinas candidatas contra a Covid-19 para um prazo de 60 dias.
O governo federal, que ignora a vacina da Sinovac por conta de disputas políticas entre João Doria e Jair Bolsonaro, havia previsto o início da imunização apenas para março do ano que vem - e usando apenas o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca.
"Não estamos virando as costas para o plano nacional de imunização, mas precisamos ser mais ágeis e, por isso, estamos nos antecipando. Porque iniciar a vacinação em março, se podemos fazê-lo em janeiro?", acrescentou Doria, lembrando que, no mês de março, há a vacinação anual contra o vírus da gripe. .