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Governo do DF diz que movimento de PMs é político e gera violência

Policiais estão fazendo Operação Tartaruga por salários e benefícios

31 jan 2014 - 18h16
(atualizado às 18h22)
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Agnelo Queiroz e autoridades de segurança concederam entrevista coletiva
Agnelo Queiroz e autoridades de segurança concederam entrevista coletiva
Foto: Agência Brasil

Após registrar aumento de 38,7% no número de homicídios em janeiro, comparado ao mesmo mês de 2012, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, prometeu  acabar com a chamada Operação Tartaruga dos policiais militares. O governo acredita que o aumento da violência é resultado da ação de um grupo de PMs, que diminuiu o atendimento à população para conseguir mais salário e outros benefícios.

A Secretaria de Segurança Pública informa que do dia 1º de janeiro até a manhã de quinta-feira foram anotados 68 homicídios, 19 a mais do que em janeiro do ano passado. Na média, são mais de duas mortes violentas por dia.

As ações do governo ocorrem depois do assassinato de Leonardo Almeida Monteiro, 29 anos, na quarta-feira. Amigos e parentes dele organizam um protesto para amanhã. Leonardo voltava da academia de ginástica e estacionava o carro na porta do prédio onde morava em Águas Claras (região administrativa do DF) quando foi abordado por três homens. Ele tentou correr, mas foi atingido no pescoço.

Os policiais militares iniciaram em outubro de 2013 uma operação para pressionar o governo a dar reajuste salarial, reestruturação da carreira e pagamento de benefícios a PMs em atividade e os reformados. O movimento consiste em diminuir a resposta a situações de crime e violência.

Diversos cartazes espalhados pela Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares dizem o movimento será encerrado quando o governo negociar com a categoria. Hoje, o governador Agnelo Queiroz reuniu o comando da Polícia Militar. Para ele, o movimento dos policiais tem motivação política.

"A vida é a coisa mais importante. A vida é mais importante que a política. Por isso é que a PM tem a obrigação de garantir a segurança pública. Nossa PM tem comando. Não (podemos) admitir, em hipótese alguma, que meia dúzia de pessoas, com atitudes inclusive covardes, possam colocar em risco a segurança do nosso povo", disse Agnelo sem detalhar as medidas que serão tomadas.

Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Anderson Carlos de Castro Moura, a ordem é para que os militares, inclusive coronéis e comandantes, trabalhem todos os dias, até que seja restabelecida a sensação de segurança na população.

"Estes últimos episódios, dando essa conotação claramente política-eleitoreira, exigiu que nós endurecêssemos o discurso e adotássemos outras medidas. Nós temos os nossos regulamentos disciplinares e de ética, que regulam as atividades da polícia, como sindicâncias, conselho de disciplina, de justificação, para analisar e individualizar a atividade de qualquer militar", disse Moura.

Ele disse policiais suspeitos de comandar a operação estão sendo investigados. "Cinco militares foram identificados e estão respondendo sindicância. Nossa corregedoria e o centro de inteligência estão acompanhando as redes sociais e a medida que forem identificando (mais líderes) eles serão responsabilizados", sem revelar os nomes dos investigados. O coronel adiantou que todos os policiais que participaram da Operação Tartaruga passarão por procedimento disciplinar. As punições passam de advertência até demissão.

Agência Brasil Agência Brasil
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