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Governo do RJ repete exames em amostras de doadores após pacientes transplantados serem diagnosticados com HIV

15 out 2024 - 15h11
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Quase 300 amostras de sangue de doadores de órgãos para o programa de transplantes do governo estadual do Rio de Janeiro estão passando por novos exames após o escândalo revelado na semana passada de seis pacientes transplantados que foram diagnosticados com HIV após receberem órgãos infectados, informou o governador Cláudio Castro nesta terça-feira.

Até o momento, cerca de 200 amostras já analisadas não apontaram contaminação, acrescentou.

As investigações das autoridades revelaram que houve uma falha nos protocolos de análises dos órgãos doados para o programa de transplantes entre o fim de 2023 e maio deste ano por parte de um laboratório particular contratado pelo governo para fazer os exames.

"Houve um lapso temporal entre dezembro e maio, e todos os exames estão sendo refeitos. Até sexta feira já vamos ter o laudo dos 286 exames", disse Castro em entrevista a jornalistas no Palácio Guanabara.

"Até ontem 202 já estavam prontos e nenhum deu falso negativo. É importante lembrar que a cada ano temos de 16 a 20 pessoas que são recusadas por ter HIV", acrescentou.

O laboratório no centro do escândalo teve cancelados seus contratos com o governo do Estado, que totalizam aproximadamente 21 milhões de reais.

Na segunda-feira, a polícia do Rio realizou uma operação para cumprir quatro mandados de prisão e 10 mandados de busca e apreensão contra envolvidos no escândalo dos órgãos infectados. Um dos presos é sócio do laboratório.

O governador revelou que soube dos seis casos de pacientes transplantados que contraíram HIV uma semana antes de o escândalo vir a tona, e, desde então, começou a tomar providências como a abertura de sindicância na Secretaria de Saúde e demandar uma investigação por parte da Polícia Civil.

"É uma crise sem precedentes, estou indignado. Uma situação como essa é revoltante", afirmou. "Não podemos jogar todo um programa fora. Foi um erro gravíssimo, mas pontual. Tem que achar culpados e punir exemplarmente", afirmou.

O programa de transplantes do Estado do RJ começou em 2006 e mais de 16 mil pessoas foram beneficiadas.

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