Governo pode tentar aprovar reforma da Previdência este ano se presidente eleito quiser, diz Padilha
O governo pode negociar com o presidente eleito, ao final deste ano, para recolocar a reforma da Previdência em pauta no Congresso, se for essa a intenção do próximo governo, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Padilha ressaltou que não tem ouvido, até agora, os pré-candidatos à Presidência tratarem do tema, mas que considera possível, mesmo que não provável, votar a reforma ainda este ano.
"Talvez a posição do candidato não é aquela do eleito. Então nós vamos ver aquele que se eleger para ver se não terá interesse em que a gente resolva isso ainda este ano", disse Padilha.
O ministro lembra que há uma intervenção federal no Rio de Janeiro, o que impede a aprovação de Propostas de Emenda à Constituição (PEC), mas diz que, se houver um acordo com o candidato eleito e o Congresso, é possível suspender a intervenção por um período.
Ao fazer um balanço dos dois anos de governo do presidente Michel Temer, completados este final de semana, Padilha lembrou as reformas que foram feitas, como a Trabalhista, do Ensino Médio e a criação do teto de gastos como pontos positivos, mas ressaltou que o governo ficou devendo a reforma da Previdência.
"Devo lastimar que não conseguimos levar a cabo a reforma da Previdência, por enquanto pelo menos. Essa possibilidade não está extinta, em que pese termos tido dificuldades", afirmou. "Essa é a reforma das reformas no que se trata de ajuste fiscal."
O governo negociou a reforma da Previdência até janeiro deste ano. No entanto, sem votos para conseguir aprovar nem mesmo um texto desidratado, com pouco mais que a idade mínima, desistiu da votação ao declarar a intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro.
De acordo com a Constituição, durante períodos de intervenção federal nos Estados não podem ser aprovadas mudanças no texto constitucional.