"Gravidez é problema que dura só 9 meses, aborto é problema que caminha a vida inteira", diz futura ministra
A futura titular do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou nesta quinta-feira ser contrária à legalização do aborto e que a gravidez é um "problema que dura só nove meses".
"Sou contra o aborto, acho que nenhuma mulher quer abortar e mulheres que chegam ao aborto possivelmente não lhes foi dada outra opção. A mulher que aborta acreditando que está desengravidando, ela não está desengravidando", disse.
"O aborto não desengravida nenhuma mulher, ela caminha o resto da vida com o aborto. Se a gravidez é um problema que dura só nove meses, o aborto é um problema que caminha a vida inteira", completou.
Em sua segunda entrevista coletiva após ser indicada ao cargo, Damares --que é educadora, advogada e pastora evangélica-- disse que é precisos priorizar políticas públicas de planejamento familiar em que o "aborto nunca seja considerado" e visto "nessa nação como um método contraceptivo".
"O aborto, apenas nos casos necessários e aqueles previstos em lei, mesmo aqueles eu tenho certeza de que quando é oferecido outra opção, a mulher pensa duas vezes", avaliou.
Apesar das opiniões, a futura ministra ressalvou que a pasta que vai comandar não vai lidar com o tema do aborto, mas sim lidar com a "proteção de vidas e não com mortes". Disse que a legislação sobre o assunto no país deve ser mantida.
"Eu acredito que a legislação não deve ser alterada, dá para a gente trabalhar apenas nessas situações e a gente lutar para salvar as duas vidas, a da mulher e do bebê", disse ela, atualmente assessora parlamentar do senador Magno Malta (PR-ES), que chegou a ser cotado para ministro do governo Jair Bolsonaro (PSL).
Damares disse ainda que o futuro governo tem como prioridade "combater a violência", citando inclusive a cometida contra a comunidade LGBT.
"Se precisar, estarei nas ruas com as travestis, na porta das escolas, com as crianças que são discriminadas", afirmou.
Bolsonaro tem sido bastante criticado por declarações pessoais em desfavor de minorias. Em uma delas, disse que preferia que seu filho morresse em um acidente do que ele fosse gay.