Mulheres ficam nuas em protesto contra desvios na Petrobras
Grupo protestou contra suposto uso de dinheiro público para pagar 'festas de luxo e prostituição' a políticos envolvidos em Petrolão
Um grupo de feministas protestou nesta segunda-feira (20) em frente à sede da Petrobras em São Paulo contra o uso indevido de dinheiro público para pagar "festas de luxo e prostituição" a diretores e políticos envolvidos no suposto escândalo de corrupção da empresa.
"É uma grande falta de respeito que políticos eleitos gastem dinheiro com isso, havendo prioridades como saúde, educação, segurança e políticas públicas para as mulheres", criticou em declarações à Agência Efe a ativista Sara Winter.
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A manifestante citou como exemplo de políticas reivindicadas pelas mulheres "um parto mais humano no sistema público de saúde" e zelar pelo "cumprimento da Lei Maria da Penha", que combate a violência contra as mulheres no país.
As denúncias de pagamento a serviços de prostituição com dinheiro desviado da Petrobras surgiram há uma semana com a delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e de seu assessor, Rafael Angulo Lopez.
Segundo eles, parte do dinheiro desviado foi usado para o pagamento de "prostitutas de luxo" em festas com empresários e políticos envolvidos no escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato.
De acordo com os delatores, cerca de R$ 150 mil foram usados em 2012 na contratação de serviços de prostituição, incluindo celebridades brasileiras.
Como protesto, duas integrantes do coletivo "Bastardas" ficaram parcialmente nuas em frente à sede da companhia, com os corpos pintados com símbolos que faziam referência à estatal, uma simulando ser um político e a outra uma prostituta.
Durante a manifestação, as ativistas representaram a realização do ato sexual, a ingestão de bebidas alcoólicas e o gasto de dinheiro, além de levarem cartazes com frases que satirizavam dirigentes políticos.
"Segurança, educação e saúde: investimento = R$ 0,00. Prostituição = R$ 150 mil", dizia um dos cartazes.
De acordo com Winter, o objetivo da ação era "ridicularizar" os políticos envolvidos no escândalo com uma representação satírica para informar e chamar a atenção das pessoas. Para Winter, tirar a roupa foi uma maneira de impressionar as pessoas e fazê-las ver o que está sendo reivindicado.
"É uma maneira de mostrar ao povo que o movimento feminista não se cala. Vimos o que aconteceu, pensamos uma ação e aqui estamos mostrando o que queremos para o Brasil com um protesto pacífico", explicou.