Haddad admite surpresa com velocidade do crescimento em pesquisas, mas evita expectativa sobre 2º turno
O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, admitiu ter se surpreendido com o rápido crescimento nas pesquisas, demonstrado pelo levantamento do Ibope divulgado na terça-feira, que mostra o petista já com 19 por cento das intenções de voto, isolado em segundo lugar na corrida presidencial.
"O crescimento era esperado, mas não esperávamos que fosse tão rápido", disse Haddad na manhã desta quarta ao chegar para uma caminhada em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo
A pesquisa Ibope mostrou o petista saltando 11 pontos percentuais em relação ao resultado da semana anterior. O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com 28 por cento, lidera com folga a disputa para o primeiro turno.
Haddad, no entanto, não quis dizer se acredita estar já em um segundo turno com Bolsonaro.
"Não vamos fazer esse tipo de prognóstico. Ainda tem muito chão pela frente, temos mais de duas semanas de campanha", afirmou.
FAZENDA
Haddad foi mais uma vez questionado sobre a composição de sua possível equipe econômica, mas disse que não trabalha com nomes ainda.
"É natural que algumas pessoas especulem, mas nós não estamos trabalhando ainda com a equipe. Equipe começa a montar no segundo turno para ganhar a eleição", disse.
Como mostrou a Reuters, Haddad já tem um perfil para seu futuro ministro da Fazenda, no caso de ser eleito: alguém próximo da academia mas que tenha boa interlocução com o mercado. O petista também não pretende indicar um político para o cargo. [nL2N1W401O]
Perguntado sobre esse perfil, o candidato disse que é necessário alguém "pragmático".
"É um perfil pragmático no sentido de buscar solução para o problemas do povo. Sem ser sectário. Às vezes os economistas figurões são muito sectários, acham que são os donos da verdade. Quando você está no governo tem que ter jogo de cintura, pragmatismo, flexibilidade para buscar soluções", respondeu o candidato.
CRÍTICAS
Atacado mais uma vez pelo pedetista Ciro Gomes, que afirmou que o Brasil não "suporta mais um presidente fraco", Haddad manteve a postura de evitar críticas diretas, mas dessa vez alfinetou o rival.
"Ciro é meu amigo mas às vezes temos visões diferentes. Força de um presidente para mim primeiro é firmeza. Segundo, autocontrole. Tem que ter essa duas qualidades para conduzir o país: firmeza de propósitos e muito autocontrole para evitar provocação. Eu sou uma pessoa firme e controlada", disse.