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IA valoriza importância do ser humano, diz ex-CFO da Sabesp

Segundo Catia Pereira, tecnologia 'não toma lugar de ninguém'

13 nov 2024 - 08h51
(atualizado às 12h03)
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A inteligência artificial (IA) tem o poder de transformar profundamente o ambiente corporativo, proporcionando a capacidade de tomar decisões mais rápidas e informadas, com a utilização de dados cada vez mais ágeis e precisos, o que aumenta a eficiência das empresas e maximiza valor para os stakeholders.

    Catia Pereira, economista e ex-CFO da Sabesp - uma das maiores empresas de saneamento do Brasil -, é uma das principais vozes no país quando o assunto é inovação financeira e acredita que a IA não vem para "tomar o lugar de ninguém", mas para "auxiliar gestores" e amplificar suas habilidades, trazendo novas possibilidades de ação estratégica. Em sua visão, a inteligência artificial redefine as possibilidades para empresas e deve ser cada vez mais integrada à liderança humana.

    "Daqui a alguns anos, o papel essencial do ser humano continuará sendo o de tomar as decisões. Tudo o que pode ser processado por algoritmos e apresentado de forma clara e objetiva estará à disposição para ajudar na escolha mais assertiva. O humano não perde sua relevância - ao contrário, ele se torna ainda mais importante, pois é ele quem traz o raciocínio crítico para o que está sendo apresentado pela IA", diz a economista, em entrevista à ANSA.

    Filha de imigrantes portugueses e apaixonada por matemática e lógica desde a infância, Catia se inspirou aos 16 anos pela história de Zélia Cardoso, a primeira mulher a assumir o cargo de ministra da Economia no Brasil, o que a levou a atuar em um setor ainda predominantemente masculino, desafiando normas e abraçando a inovação como motor de transformação.

    "Aos 16 anos, eu não sabia exatamente o que significava seguir aquela área, mas foi uma escolha guiada pela curiosidade e pela visão de uma mulher quebrando barreiras", diz. Ela lembra que era uma das poucas mulheres em seu curso, mas teve a sorte de trabalhar com outras líderes que a inspiraram a continuar rompendo limites. "A vida não era fácil, mas sempre busquei aprender com cada desafio, que não foram poucos. Tenho orgulho de ter contribuído para inspirar e pavimentar o caminho de sucesso de outras tantas mulheres. A realidade agora é outra", ressalta.

    Ao longo de sua carreira, Catia passou por empresas de diferentes perfis - de multinacionais a grandes companhias nacionais de capital aberto -, onde resiliência e inovação foram fundamentais. E essa busca incessante por inovação foi o que a levou a perceber, ainda no início da carreira, o imenso potencial da automação nos processos financeiros.

    "Trabalhei por muitos anos como líder de tesouraria, onde a informação precisa ser acessada de forma ágil para tomada de decisões rápidas. Foi então que percebi: 'Precisamos trazer automação'. Implementar soluções que gerassem insights em tempo real e agilizassem os processos, o que liberava tempo para minha equipe focar em decisões estratégicas", diz ela, acrescentando que a IA é uma "alavanca poderosa para agregar valor real aos negócios".

    Durante sua jornada, Catia destaca a importância de trabalhar em parceria com fornecedores de soluções em transformação digital para definir as melhores estratégias, dado o volume de informações e tecnologias disponível.

    Ela cita como exemplo a colaboração com a empresa italiana Engineering, com quem atuou enquanto estava na Sabesp, o maior desafio de sua carreira, sobretudo devido a um complexo processo de desestatização que culminou na venda de 32% das ações da companhia de saneamento por R$ 14,8 bilhões em julho passado.

    "Nada se compara a esse desafio, um projeto com tantos stakeholders, uma história de geração de valor, um processo de transformação e um legado para a sociedade", diz. .

Ansa - Brasil
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