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Incêndios destroem 20% da Floresta Nacional de Brasília, há suspeita de fogo criminoso

4 set 2024 - 18h25
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Bombeiros tiveram sucesso nesta quarta-feira em reduzir a extensão de um incêndio gigantesco que queimou por dois dias, destruiu 20% da Floresta Nacional de Brasília e encobriu a cidade com nuvens cinzas, de acordo com autoridades, que suspeitam que o fogo pode ter sido iniciado de maneira criminosa.

A floresta é uma área de conservação que se estende por mais de 5,6 mil hectares que protege as fontes de água que são responsáveis por 70% da água consumida pelo Distrito Federal.

O fogo começou no auge da época de secas quando a vegetação está ressecada e as altas temperaturas permitem que as chamas se espalhem rapidamente.

"Só ficou uma linha de fogo das 4 que havia, essa é a última frente. Esperamos ter o fogo controlado até o final do dia", disse Fabio dos Santos Miranda, que gerencia a floresta.

"Estamos seguros que foi criminoso, falta confirmar se foi intencional ou não", ele disse em entrevista, acrescentando que três suspeitos de serem incendiários foram vistos na área em que o fogo começou.

Os bombeiros tiveram dificuldades para controlar o incêndio e a sua expansão para chácaras adjacentes em que são plantados tomates e flores.

"Neste momento a gente está tentando fazer o controle e a proteção das chácaras. Esse incêndio começou desde ontem, e o vento está empurrando o fogo para as chácaras", disse major Godoy, do Corpo de Bombeiros.

Emília Vasconcellos, que cria gado e galinhas em uma chácara que corre o risco de ser atingida pelas chamas, disse que ela achou que as pessoas iniciaram o incêndio para limpar a terra para elas mesmas, mas não tinha evidência para provar isso.

O Distrito Federal está na maior seca dos últimos 44 anos, segundo dados do governo distrital, e há mais de 130 dias sem chuva.

A floresta de Brasília foi reduzida quase pela metade em 2022 para abrir espaço para o plano de desenvolvimento urbano do ex-presidente Jair Bolsonaro, que reduziu os controles ambientais e permitiu que o desmatamento explodisse na floresta amazônica.

Uma seca recorde na Amazônia aumentou os incêndios durante o mês de agosto a um patamar que não era registrado desde 2010, de acordo com dados governamentais apresentados no domingo.

No ano passado, as chuvas chegaram mais tarde e foram mais fracas do que o normal por conta do padrão climático conhecido como El Niño que acabou potencializado pelo aquecimento global, o que deixou a floresta especialmente vulnerável aos incêndios deste ano.

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