Cerca de 200 índios e trabalhadores rurais sem terra estão marchando em direção a Campo Grande (MS). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o grupo saiu na manhã desta segunda-feira de Anhanduí, a cerca de 50 quilômetros da capital sul-mato-grossense. Ainda de acordo com a PRF, o grupo caminha às margens da rodovia federal BR-163, sem oferecer riscos à segurança do trânsito. Duas viaturas acompanham os índios e sem-terra. À tarde, o grupo se encontrava a cerca de 30 quilômetros da capital.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) informou que a marcha faz parte do movimento denominado Jornadas Unitárias de Luta no Mato Grosso do Sul. Organizado por organizações sociais, o movimento cobra a demarcação de terras indígenas e quilombolas e reforma agrária.
Ainda segundo a nota, a marcha ocorre em um "momento histórico e estratégico" em que os índios somam mais um "mártir" à "luta pela terra e território", numa alusão à morte, na quinta-feira, do índio terena Osiel Gabriel, morto durante uma ação policial de reintegração de posse de uma fazenda da cidade de Sidrolândia (MS). A propriedade estava ocupada há 15 dias pelos índios terenas.
30 de maio - Indígenas atearam fogo em prédios da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, durante operação de reintegração de posse realizada na quinta-feira. Durante confronto com policiais militares e federais, um índio morreu baleado e outros quatro ficaram feridos
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - Incêndio produziu grande coluna de fumaça em fazenda no interior de MS
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - Construção ficou destruída após incêndio
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - A propriedade fica no interior da Terra Indígena Buriti, declarada pelo Ministério da Justiça como de ocupação tradicional em 2010
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - Indígenas começam a deixar fazenda após operação de reintegração de posse
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
30 de maio - Operação de retirada dos índios foi marcada pela tensão
Foto: Moisés Palácios / Futura Press
3 de junho - Osiel Gabriel foi enterrado em cemitério próximo à fazenda ocupada
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Lideranças indígenas prestam últimas homenagens a jovem terena morto em confronto com policiais
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Segundo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cerimônia de sepultamento ocorreu em um misto de tristeza e indignação
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Corpo de Osiel passou por perícias para determinar origem do tiro que matou o jovem
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenta negociar um encontro entre os indígenas e a presidente Dilma Rousseff
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Indígenas prometem permanecer na fazenda ocupada mesmo após nova ordem de reintegração de posse
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Grupo da etnia terena se sentiu traído com decisão após negociar 'trégua' em reunião com o CNJ
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Índios rasgam cópias da decisão judicial que os obriga a deixar a fazenda Buriti em 48 horas
Foto: Marcos Ermínio / Campo Grande News
3 de junho - Corpo do índio Osiel Gabriel, morto em confronto com policiais federais e militares, é enterrado em clima de revolta na aldeia Córrego do Meio, em Sidrolândia (MS)