Índios são recebidos por governador do RS após protestos
Representantes de três tribos pediram o apoio de Tarso Genro na questão da demarcação de terras no Estado
Representantes de povos indígenas foram recebidos nesta terça-feira pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), no Palácio Piratini, sede do governo do Estado. Integrantes das tribos Charrua, Guarani e Caingangues pediram o apoio do chefe do Executivo na questão da demarcação de terras no Rio Grande do Sul.
Tarso defendeu uma negociação pacífica entre agricultores e índios e garantiu o apoio do Estado nas reivindicações do grupo. Ele também afirmou que está prevista na constituição estadual a indenização aos proprietários das terras.
Por mais de uma hora, o governador ouviu as demandas e destacou que a constituição permite contemplar tanto os direitos dos indígenas como dos agricultores. "É uma norma que determina que as indenizações das terras demarcadas sejam plenas, do valor da terra, da produção e também das benfeitorias. Portanto, o processo demarcatório mais fácil de ser feito, e menos demorado, é uma demarcação pacífica, negociada com os agricultores, vendo solução para cada região, ponto a ponto, de modo que os dois direitos sejam preservados", disse.
Tarso afirmou que o governo do Estado vai continuar intermediando as conversas entre os grupos indígenas localizados em solo gaúcho e da União. "Vamos procurar uma demarcação negociada, utilizar essa norma constitucional do Estado e pegar dinheiro do governo federal para, quando ocorrer as indenizações, elas sejam totais e não causem lesões a ninguém." O governador assegurou ainda que um representante do Executivo acompanhará a delegação indígena que se reunirá, no dia 11 de junho, em Brasília, com integrantes da Casa Civil.
Um dos líderes da comitiva indígena, o cacique Zaqueu Kaingang disse que os representantes aprovaram a reunião. "Saímos satisfeitos do encontro, pois queríamos ouvir a posição do governador sobre o tema. Agora, vamos reunir as lideranças e apresentar as soluções para que não ocorram conflitos entre índios e agricultores."