Indonésios apoiam pena de morte para 'destruidores da nação'
"Eu concordo com a execução dos condenados, para que a Indonésia se veja livre do tráfico de drogas", disse um dos leitores da BBC no país asiático
A internauta Syachrul Rohman afirma que crimes ligados às drogas 'arruinaram mentalmente' a Indonésia
As opiniões de internautas da Indonésia sobre a execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, coletadas pelo serviço indonésio da BBC, são, majoritariamente, de apoio à sentença.
Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi condenado em 2004 por tráfico de drogas ao tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos dentro de tubos de uma asa-delta.
Caso a pena seja cumprida, Moreira será o primeiro brasileiro executado por um governo estrangeiro.
Entre os 104 comentários sobre o tema colhidos na página de Facebook da BBC Indonesia, apenas quatro internautas foram contrários à execução do brasileiro, prevista para este domingo.
Na sua maioria, o tom dos internautas foi semelhante ao de Edy Jaya, que disse "é a pena certa para destruidores da nação". Alguns, como o leitor que assina como Ricky Inocance, limitaram-se a dizer coisas como "legal, legal, legal".
Além do brasileiro Moreira, outras cinco pessoas - entre elas, duas mulheres - devem ser executadas neste domingo.
"Eu concordo com a execução dos condenados, para que a Indonésia se veja livre do tráfico de drogas", disse Yuni Aza.
"Crimes ligados às drogas arruinaram o país mentalmente. Portanto, antes que o número de vítimas aumente, deveria haver uma forte reação para que isso não ocorra de novo", afirmou Syachrul Rohman.
'Grande feito'
Para Latief Khan, a execução "é um grande feito realizado pela Indonésia".
Já Muhammad Toquwiem acredita que o país não deve dar ouvido a pedidos de clemência, como o feito pela presidente Dilma Rousseff.
"Não perdoe pessoas que destroem gerações. Mate todos os pertencentes a esta quadrilha, antes que o país se torne um ninho do cartel."
Alguns dos internautas posicionaram-se não tão contra a pena capital, mas sim ao fato de ela não ser estendida às autoridades indonésias acusadas de corrupção.
"Autoridades corruptas realizam atos mais perigosas do que os que cometem crimes ligados a drogas ou assassinatos. Portanto, era melhor que eles (os políticos corruptos) fossem executados", disse Nata Lia.
Entre os escassos comentários de condenação à sentença figuram o de Paulus Surya, que afirmou: "Não concordo com a pena de morte. Tirar a vida de alguém é algo proibido por Deus, seja lá o que os que condenados fizeram".
Já Leona Ajah comentou: "Eles não deveriam ser executados. Ponha-os na cadeia pela vida inteira. Eles não são animais. Nós até preservamos nossos animais. Isso é sádico e grosseiro", comentou Leona Ajah.
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