Insatisfação entre caminhoneiros pode disparar nova greve
Caminhoneiros têm protestado há meses sobre problemas na implementação da tabela.
Uma das entidades que representam caminhoneiros autônomos do país, Abcam, informou nesta segunda-feira que o nível de insatisfação da categoria está "muito grande" e que isso poderá resultar em uma nova greve dos motoristas, em meio a rumores sobre paralisação no final deste mês.
Segundo a entidade, fundada em 1983 e que afirma representar 600 mil caminhonheiros autônomos do país, "são inúmeros telefonemas e mensagens de insatisfação com o atual piso mínimo de frete, bem como a falta de fiscalização para o seu cumprimento".
"A entidade vem percebendo uma insatisfação muito grande da categoria o que pode refletir em uma possível nova paralisação."
A Abcam afirmou que espera para 10 de abril a divulgação de estudos pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log), da Universidade de São Paulo (USP), sobre uma nova metodologia para a tabela de fretes, criada no governo de Michel Temer no ano passado como forma de encerrar a greve que paralisou o país por 11 dias no final de maio.
"Antes disso acontecer, qualquer medida seria intempestiva", informou a Abcam.
Caminhoneiros têm protestado há meses sobre problemas na implementação da tabela. Em dezembro, um bloqueio interditou parcialmente a BR-116 no Rio de Janeiro, depois que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter concedido liminar impedindo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de multar transportadores que não seguirem os fretes rodoviários mínimos. [nL1N1YF091]
"A Abcam espera que não seja necessário chegar uma nova e traumática paralisação. A entidade conta com o diálogo e a aproximação com o novo Governo Federal (...) Apesar disso, a entidade entende que a categoria é soberana em suas escolhas", afirmou a entidade.