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Instituições devem seguir o povo e não o contrário, diz Bolsonaro

17 jun 2020 - 13h16
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que são as instituições que devem fazer o que diz o povo, e não o contrário, e acrescentou ter "grande parte da população" confiante em seu trabalho.

Bolsonaro, durante entrevista no Palácio do Planalto
 24/4/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Bolsonaro, durante entrevista no Palácio do Planalto 24/4/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

As declarações de Bolsonaro foram feitas em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, entre outras autoridades.

"Começo cumprimentando o povo, que dá o nosso norte, que nos inspira pela democracia e acima de tudo pela liberdade. Não são as instituições que dizem o que o povo deve fazer, é o contrário: o povo que diz o que as instituições devem fazer", afirmou Bolsonaro ao dar posse ao novo ministro das Comunicações, deputado Fábio Faria (PSD-RN).

Em um evento lotado, com a presença de vários parlamentares do centrão, apesar da epidemia de coronavírus, Bolsonaro disse ainda que todos os Poderes, cada um por si, têm o dever de honrar e fazer valer a democracia e respeitar "cada artigo da Constituição".

Na noite de terça-feira, depois de operação da Polícia Federal que teve como alvos aliados bolsonaristas, entre blogueiros e deputados federais da base do governo, o presidente afirmou, em suas redes sociais, que iria tomar "todas as medidas legais" para que se "respeitasse a Constituição", mas sem esclarecer que medidas seriam essas.

Em seu discurso, Bolsonaro, que tem entrado em conflito constante com os demais Poderes e criticou, mais cedo, a determinação da quebra de sigilo de deputados bolsonaristas, falou em "entendimento" para "conduzir os destinos do Brasil".

"Cada poder, de per se, com harmonia, com independência, fazer valer, os valores da democracia para que consigamos atingir nossos objetivos. O nosso povo respira liberdade, temos uma Constituição pela frente, em que pese alguns não concordarmos com alguns artigos, mas temos um compromisso, todos nós, de honrá-la e respeitá-la para o bem comum", disse.

Bolsonaro adotou um tom conciliador, contrário à conversa que teve pela manhã com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada. Ao ouvir uma mulher que se dizia ameaçada de prisão por fazer parte do grupo de extrema-direita 300 do Brasil, Bolsonaro disse que "estão abusando", sem citar o STF, mas criticando a decisão que quebrou sigilo de parlamentares. E afirmou que "está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar".

"Não devo nada a ninguém do que estou fazendo. Está chegado a hora de acertarmos o Brasil no rumo da prosperidade e todos entenderem o que é democracia. Democracia não é o que eu quero, nem você, nem o que um Poder quer, o que outro Poder quer", disse Bolsonaro, acrescentando que "vai chegar a hora", sem explicitar o que fará.

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