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Invasão de bolsonaristas em Brasília — em resumo, os acontecimentos até agora

Prédios públicos, como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, foram invadidos e depredados na tarde do domingo (8). Já na madrugada de segunda (9), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi afastado do cargo por 90 dias.

9 jan 2023 - 07h37
(atualizado em 10/1/2023 às 05h34)
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Cerca de 1.500 pessoas já foram presas, segundo o ministro Flávio Dino
Cerca de 1.500 pessoas já foram presas, segundo o ministro Flávio Dino
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram protestar em Brasília neste domingo (8/1), onde invadiram e depredaram prédios públicos, como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

Confira a seguir uma linha do tempo dos fatos que aconteceram até agora:

  • Na tarde do domingo (8), por volta das 14h, um grupo de cerca de 4 mil bolsonaristas que estava concentrado na frente do Quartel-General do Exército em Brasília se deslocou para a Esplanada dos Ministérios, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal, em um trajeto de cerca de 7 quilômetros;
  • Às 15h, na Praça dos Três Poderes, centenas de pessoas subiram as rampas que dão acesso ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto. Pouco depois, às 15h45, parte do grupo se dirigiu até o prédio do STF;
  • Uma parcela dos bolsonaristas subiu na laje do congresso, enquanto um outro grupo ingressou no Salão Verde e no plenário do Senado Federal. As imagens também mostram bolsonaristas dentro dos salões e dos gabinetes do Palácio do Planalto e do plenário do STF, com destruição de vidraças, móveis, equipamentos e obras de arte;
  • Por volta das 17h, agentes de segurança conseguiram retomar o prédio do STF e expulsar os invasores. Conforme mais policiais chegavam ao local, os demais prédios também foram esvaziados aos poucos. Mesmo assim, os apoiadores de Bolsonaro continuaram nas proximidades da Praça dos Três Poderes;
Linha do tempo dos principais eventos da invasão de Brasília
Linha do tempo dos principais eventos da invasão de Brasília
Foto: BBC News Brasil
  • O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Torres foi ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro e atualmente está de férias nos Estados Unidos. Pouco antes de ser desligado do cargo, ele postou no Twitter que "criminosos não sairão impunes" e que "é inconcebível a desordem e inaceitável o desrespeito às instituições".
  • Pouco depois, o governador do DF, Ibaneis Rocha, gravou um vídeo em que pede desculpas pela invasão diretamente a Lula, à presidente do STF, Rosa Weber, e aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD). "São verdadeiros vândalos. Verdadeiros terroristas que terão de mim todo o efetivo combate para que sejam punidos", afirmou;
Forças de Segurança expulsaram os invadores do Palácio do Planalto
Forças de Segurança expulsaram os invadores do Palácio do Planalto
Foto: Reuters / BBC News Brasil
  • A invasão de Brasília gerou uma série de manifestações de personalidades públicas do Brasil e do mundo. Nos EUA, congressistas do Partido Democrata defenderam a extradição de Bolsonaro, que está na Flórida desde 31 de dezembro. "Nós devemos nos solidarizar com o governo democraticamente eleito de Lula. Os Estados Unidos devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida", afirmou Alexandria Ocasio-Cortez, deputada por Nova York;
  • Durante a noite, com a retomada dos prédios públicos, jornalistas, congressistas e representantes do governo Lula conseguiram avaliar a situação. Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social, divulgou um vídeo gravado no Palácio do Planalto, em que é possível ver a destruição de monitores, impressoras, telefones, obras de arte e móveis;
  • Em coletiva de imprensa realizada por volta das 20h30, o ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou a invasão como "terrorismo e golpismo". Ele também afirmou que a investigação focará em quem foram os financiadores desses atos;
  • Às 21h, Lula chegou a Brasília e foi conferir os danos no Palácio do Planalto e no STF. Nas redes sociais, o presidente escreveu: "Os golpistas que promoveram a destruição do patrimônio público em Brasília estão sendo identificados e serão punidos. Amanhã retomamos os trabalhos no Palácio do Planalto."

Segunda-feira, 9 de janeiro

Manifestantes fazem protesto em São Paulo contra invasões que ocorreram em Brasília
Manifestantes fazem protesto em São Paulo contra invasões que ocorreram em Brasília
Foto: Reuters / BBC News Brasil
  • Centenas de manifestantes se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, em uma manifestação contra as invasões que ocorreram em Brasília. Os atos pró-democracia também foram registrados em outras 16 capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife.
  • No início da noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com os governadores de 23 Estados. "Não vamos permitir que a democracia escape de nossas mãos porque é a única chance da gente garantir que esse povo humilde coma três vezes ao dia, ou ter direito de trabalhar", disse. Em seguida, o presidente caminhou com ministros do STF e os governadores e representantes de todos os Estados até o prédio do Supremo Tribunal Federal.

Confira o antes e depois dos prédios públicos vandalizados

Edifício do Congresso Nacional em março de 2020 e em 8 de janeiro de 2023, tomado por bolsonaristas vestidos de verde e amarelo
Edifício do Congresso Nacional em março de 2020 e em 8 de janeiro de 2023, tomado por bolsonaristas vestidos de verde e amarelo
Foto: BBC News Brasil
Plenário do STF em agosto de 2021, com seu auditório de cadeiras beges, e as mesmas cadeiras destruídas em 8 de janeiro de 2023
Plenário do STF em agosto de 2021, com seu auditório de cadeiras beges, e as mesmas cadeiras destruídas em 8 de janeiro de 2023
Foto: BBC News Brasil
Ambiente interno do edífício do STF em agosto de 2021 e com móveis destruídos em 8 de janeiro de 2023
Ambiente interno do edífício do STF em agosto de 2021 e com móveis destruídos em 8 de janeiro de 2023
Foto: BBC News Brasil

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Foto: BBC News Brasil
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