Irmã de ministro das Comunicações é alvo de operação da PF sobre desvios na Codevasf
Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira, 1, a Operação Benesse e cumpre 12 mandados de busca e apreensão
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira, 1, a Operação Benesse que visa desarticular uma organização criminosa que supostamente promove fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Os policiais cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de São Luís (MA), Vitorino Freire (MA) e Bacabal (MA). Entre os alvos da operação, está a prefeita de Vitorino Freire, Luanna Martins Bringel Rezende Alves, que é irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Ela foi afastada do cargo.
Segundo o Estadão, ao menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro ganharam mais de R$ 36 milhões em contratos com a prefeitura de Vitorino Freire.
Além dos mandados, os agentes da PF cumprem medidas cautelares, como afastamento da função pública, suspensão de licitações e vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, bem como ordens de indisponibilidade de bens.
A Codevasf é uma estatal responsável por realizar obras e serviços em estados do Norte, Nordeste e no Distrito Federal.
Conforme a PF, essa ação é um desdobramento da Operação Odoacro, que teve a sua primeira fase deflagrada em 20 de julho do ano passado e a segunda fase em 5 de outubro.
"A presente fase alcança o núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense", informou a PF.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por:
- fraude a licitação;
- lavagem de capitais;
- organização criminosa;
- peculato;
- corrupção ativa; e
- corrupção passiva.
O nome da ofensiva, Benesse, está ligado aos indícios de que o "líder do núcleo público da organização criminosa ora investigada utiliza emendas parlamentares para incrementar o seu patrimônio".
"Denominou-se esta fase investigativa de 'benesse', que segundo o dicionário Oxford significa 'vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho'", explicou a PF. (*Com informações do Estadão Conteúdo).