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Isolamento contra coronavírus criticado por Bolsonaro tem apoio de 76%, diz Datafolha

6 abr 2020 - 08h26
(atualizado às 09h29)
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O isolamento social como ferramenta de combate à disseminação do coronavírus, duramente criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, tem apoio de 76% da população, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira no site do jornal Folha de S.Paulo.

Presidente Jair Bolsonaro deixa Palácio da Alvorada após encontrar apoiadores
30/03/2020
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro deixa Palácio da Alvorada após encontrar apoiadores 30/03/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Segundo os dados, parte da pesquisa que começou a ser veiculada pela publicação na sexta, 18% entendem que é mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia em meio à pandemia de Covid-19, doença provocada pelo coronavírus e que já tem mais de 11 mil casos no Brasil, além de 486 mortes, segundo o Ministério da Saúde. O percentual dos que não responderam é de 6%.

Ainda de acordo com o Datafolha, 65% entendem que o comércio não essencial deve permanecer fechado, contra 33% que avaliam que deveria ser reaberto e 2% que não responderam. Além disso, 87% se manifestaram a favor de que as aulas sigam suspensas, enquanto 11% defenderam que elas voltem e 2% não responderam.

O levantamento apontou ainda um apoio de 71% à proibição de sair de casa para quem não trabalha em serviço essencial, ao passo que 26% são contra, 1% é indiferente e 2% não responderam.

Bolsonaro tem criticado duramente o fechamento das escolas, o fechamento do comércio e o isolamento social. Ele defende a volta ao trabalho e que apenas idosos e pessoas com doenças pré-existentes, que pertencem ao grupo de risco, fiquem em casa.

A posição do presidente, contrária às orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, o colocou em posição antagônica à dos governadores que adotaram medidas de restrição à circulação, como o fechamento de comércio não essencial e das escolas, e foram duramente atacados pelo presidente, que os acusou de "exterminadores de empregos".

Na sexta, o Datafolha já havia mostrado que o apoio ao Ministério da Saúde, comandado por Luiz Henrique Mandetta, é mais que o dobro do suporte a Bolsonaro.

O presidente tem entrado em rota de colisão com o ministro e já o acusou de extrapolar e não ser humilde. No domingo, sem citar Mandetta, disse que alguns de seus ministros estão "se achando" e a alertou que "a hora deles vai chegar", pois não tem medo de usar sua caneta.

O Datafolha ouviu 1.511 pessoas por telefone entre os dias 1 e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais.

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