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Itamaraty abre inquérito para apurar apoio de Saboia a fuga de Molina

26 ago 2013 - 22h02
(atualizado às 22h08)
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O senador boliviano de oposição Roger Pinto Molina, 53 anos, está temporariamente em Brasília, na casa do advogado, no Lago Norte, bairro nobre da cidade
O senador boliviano de oposição Roger Pinto Molina, 53 anos, está temporariamente em Brasília, na casa do advogado, no Lago Norte, bairro nobre da cidade
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O Ministério das Relações Exteriores (MRE), Itamaraty, decidiu nesta segunda-feira instaurar uma comissão de sindicância para apurar responsabilidades sobre a retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina da Embaixada do Brasil em La Paz. A comissão será formada por três pessoas que serão nomeadas pelo ministério. Ao longo do dia o assunto foi a principal questão abordada em reuniões do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos.

O alvo do inquérito é o diplomata Eduardo Paes Saboia, encarregado de negócios na Bolívia (o equivalente a embaixador interino), apontado como principal responsável pela retirada de Pinto Molina da embaixada. Em entrevistas a vários órgãos de imprensa, Saboia disse ter agido por humanidade, porque o senador estava deprimido, falando em suicídio e com problemas renais.

Por enquanto, a assessoria do Itamaraty não informa os procedimentos legais envolvendo a sindicância, como o tempo que levará nem as punições previstas. Mas pelas regras do ministério, as punições pode ir de uma simples advertência, passando por suspensão temporária até a exoneração da carreira.

O senador boliviano, que é opositor do presidente Evo Morales, ficou abrigado por 15 meses na embaixada brasileira desde que pediu asilo político ao Brasil. O salvo-conduto era negado pelas autoridades bolivianas sob alegação que o parlamentar responde a processos judiciais no país.

Na sexta-feira, o parlamentar deixou a embaixada com a ajuda de Eduardo Saboia. O boliviano chegou neste domingo ao País por Corumbá (MS), onde se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os dois voaram em seguida para Brasília.

O embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, pediu explicações ao Ministério das Relações Exteriores sobre a retirada do senador boliviano da representação diplomática brasileira em La Paz e a viagem dele a Brasília.

Fuga de senador derruba ministro

O Palácio do Planalto divulgou nesta segunda-feira que aceitou o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores (Itamaraty), Antonio Patriota. Desgastado pela crise diplomática desencadeada pela fuga de um senador boliviano ao Brasil, Patriota será substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do Brasil junto à ONU.

Em comunicado lido pelo porta-voz Thomas Traumann, a Presidência afirmou que Dilma agradeceu a "dedicação e o empenho" de Patriota nos últimos dois anos em que ocupou o cargo, e informou que a presidente indicou-o para assumir a missão brasileira na ONU.

Figueiredo está em Nova York e deve retornar ao Brasil amanhã para assumir o novo cargo. Até lá, o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos, comanda interinamente a pasta. 

Agência Brasil Agência Brasil
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