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Jaques Wagner não deve aceitar ser Plano B de Lula, dizem fontes

27 jul 2018 - 18h01
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Pressionado pelo PT e pelo próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aceitar ser o Plano B do partido, com a possível impugnação da candidatura de Lula à Presidência, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner já teria decidido que não poderá aceitar o encargo, disseram à Reuters fontes que acompanham o assunto.

Jaques Wagner antes de reunião no Palácio do Planalto
07/04/2016 REUTERS/Adriano Machado
Jaques Wagner antes de reunião no Palácio do Planalto 07/04/2016 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ex-governador é pré-candidato ao Senado pela Bahia, em uma eleição dada como praticamente certa no Estado, e desde o início renegava a ideia de ser um Plano B. No entanto, como mostrou a Reuters, seu nome como substituto de Lula cresceu dentro do partido nas últimas semanas, insuflado pelo próprio ex-presidente.

Lula chegou a cogitar a ideia de uma chapa com Wagner tendo o dono da Coteminas, Josué Gomes, como vice. Neste caso, o empresário, filho do vice-presidente de Lula, José Alencar, representaria o Sudeste empresarial, enquanto Wagner representaria o Nordeste, em uma composição que lembraria a chapa do ex-presidente em 2002 e 2006.

"Todas as semanas ele (Wagner) recebe gente da direção do partido que tratam desse assunto, inclusive com recados do ex-presidente", contou uma fonte próxima a Wagner.

O ex-governador e ex-ministro teria balançado e prometido avaliar um pedido de Lula, mas a resposta deve ser negativa.

Outra fonte ouvida pela Reuters confirma que Wagner está caminhando para negar a possibilidade de assumir o Plano B do PT ao ex-presidente e ao partido. Com Lula, o ex-governador planejaria conversar nos próximos dias.

"O partido quer também uma coisa mais formal, até para se liberar para procurar uma outra alternativa", disse a primeira fonte.

A outra alternativa aventada até hoje é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo de Lula e hoje um dos nomes mais próximos ao ex-presidente. No entanto, Haddad tem dificuldade de conquistar apoio interno.

A maior parte do PT o vê como sem jogo de cintura e pouco político --daí, inclusive, a pressão para que Wagner aceitasse a posição. O ex-governador baiano seria mais habilidoso, dizem petistas.

"Wagner traria o Nordeste, isso é certo. Agora, Haddad talvez não tenha tanta entrada nem no Sudeste", disse um petista.

Nesta sexta, em um evento do PT na cidade de Teixeira de Freitas (BA), contou a fonte, o senador Otto Alencar (PSD), que apoia o partido no estado, chegou a afirmar que "estava com Lula" e, se o ex-presidente não puder concorrer, estaria com Wagner. Ao lado, o ex-governador apenas sorriu.

O PT faz a convenção que vai confirmar Lula como candidato no dia 4 de agosto e tudo caminha para ter também um vice do próprio partido, já que negociações de alianças até agora não avançaram.

Pela lei, o substituto pode ser o eventual vice na chapa de Lula, mas não é obrigatório. O partido pode incluir outro nome na chapa com a eventual impugnação da candidatura do ex-presidente.

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