Jornal: delator liga 2 ex-diretores a corrupção na Petrobras
Paulo Roberto Costa citou duas diretorias durante o depoimento à Polícia Federal
Em depoimento à Polícia Federal e a Ministério Público, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa citou que o esquema de desvios de recursos na estatal envolvia outras diretorias da empresa além da que ele dirigia, segundo informações publicadas neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a publicação, Roberto Costa mencionou conhecer irregularidades praticadas na diretoria de Serviços e na divisão internacional durante o período em que integrou a cúpula da petroleira, entre 2004 e 2012.
Segundo o jornal, a diretoria de Serviços e Engenharia era ocupada no período por Renato Duque, um dos membros do alto escalão da estatal mais próximos da cúpula do PT no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Já a área internacional estava sob responsabilidade de Nestor Cerveró, apoiado por petistas e peemedebistas.
Advogados com acesso a informações do processo dissera ao jornal que o ex-diretor citou nominalmente os ex-colegas, apesar de não indicarem se eles foram incriminados diretamente. Também não foi esclarecido se ele incluiu as informações no acordo de delação, no qual é obrigado a apresentar evidências ou apontar caminhos para provar o que diz, ou se falou sobre algo que conhecia sem ter detalhes.
O jornal afirma que entre as irregularidades que atingem as diretorias estão a compra da refinaria de Pasadena (EUA) e a construção da refinaria Abreu e Lima (PE).
Paulo Roberto Costa foi preso em março deste ano na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Ele decidiu fazer delação premiada e disse a pessoas próximas que não iria cair sozinho. Ele é suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro coordenado pelo doleiro Alberto Youssef.
Segundo a Folha, Renato Duque não foi encontrado para comentar ao assunto, mas teria negado aos interlocutores qualquer intimidade com eventuais negócios de Costa. Já o advogado de Nestor Cerveró afirmou que o delator tem “o condão de contaminar a conduta de demais pessoas” e que é preciso conter provas. A Petrobras não se manifestou sobre o assunto.