Justiça aceita denúncia contra 9 acusados na Lava Jato
O juiz federal do Paraná Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, aceitou nesta sexta-feira (12) a primeira das cinco denúncias oferecidas ontem pelo Ministério Público Federal (MPF) contra doleiros, operadores e executivos de empresas envolvidas no esquema de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A denúncia corresponde aos contratos irregulares da Petrobras com a Engevix e envolve nove nomes, dos 36 denunciados ontem: o doleiro Alberto Youssef, suspeito de liderar o esquema de corrupção; o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa; o dono da MO Consultoria, Waldomiro de Oliveira; o representante formal da GFD Investimentos, Carlos Alberto Pereira da Costa; o ex-dono da corretora Bônus Banval, e que atuava na área financeira da empresa GDF, Enivaldo Quadrado; o vice-presidente da Engevix, Gerson de Mello Almada; e os diretores da empreiteira Carlos Eduardo Strauch Albero, Newton Prado Júnior, Luiz Roberto Pereira.
O juiz afirmou, em seu despacho, que há indícios de que os acusados também cometeram os crimes de formação de cartel, frustração à licitação, evasão fraudulenta de divisas, uso de documento falso e sonegação de tributos federais. Ao oferecer a denúncia, o MPF informou que deve pedir na Justiça o ressarcimento aos cofres públicos de R$ 971.551.352,28, de todas as empresas denunciadas. O valor representa cerca de 3% do que o MPF considera que foi desviado dos contratos com a Petrobras.
Nesta fração da Operação Lava Jato, foram identificados 37 atos de corrupção e 12 de lavagem de dinheiro. No esquema com a Engevix, os réus são acusados de desviar R$ 158,9 milhões dos contratos de obras da Petrobras. De acordo com a denúncia, Almada ainda teria emitido documentos falsos para justificar o pagamento de R$ 13,4 milhões a empresas de fechadas comandadas pelo doleiro Alberto Youssef.
Além de aceitar a denúncia, Sérgio Moro já marcou a audiência para o depoimento dos três réus que já estão preventivamente presos e que, por isso, têm direito a um julgamento mais célere: Youssef, Costa e Almada. O juiz manifestou-se pela manutenção da prisão preventiva dos três.
Com informações da Agência Brasil