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Lula defende a Zelenskiy negociação por paz duradoura que evite nova "ocupação territorial como fez a Rússia"

21 set 2023 - 07h50
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a jornalistas na noite de quarta-feira que defendeu em conversa com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, a formação de uma mesa de negociação para a "construção de uma paz duradoura para que nunca mais aconteça uma ocupação territorial como fez a Rússia".

Lula se encontra com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy
20/09/2023. Ricardo Stuckert/Brazil Presidency/Handout via REUTERS
Lula se encontra com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy 20/09/2023. Ricardo Stuckert/Brazil Presidency/Handout via REUTERS
Foto: Reuters

No relato sobre a conversa que teve com o presidente ucraniano em Nova York, onde ambos participaram da abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Lula também disse que afirmou a Zelenskiy que, em uma negociação, ninguém vai conseguir tudo o que deseja.

"Eu disse ao Zelenskiy a necessidade de a gente trabalhar para construir a paz, disse a ele a necessidade de a gente encontrar um grupo de países amigos que pudesse construir uma proposta que não fosse nem de um, nem de outro, e que a negociação em uma mesa de diálogo é muito mais barata que uma guerra, não tem vítimas não tem morte e não tem tiro", disse Lula a jornalistas antes de embarcar de volta para o Brasil.

"Ninguém vai ter 100% numa guerra, ninguém consegue ganhar tudo. Ou seja, não é apenas a derrota do inimigo, é a construção de uma paz duradoura para que nunca mais aconteça uma ocupação territorial como fez a Rússia", afirmou.

No passado, Lula chegou a irritar lideranças ocidentais ao afirmar que Zelenskiy também era responsável pela guerra, iniciada quando a Rússia invadiu o território da Ucrânia em fevereiro de 2022, e que as potências ocidentais contribuíam para a continuidade do conflito ao fornecer armas à Ucrânia.

Recentemente, no entanto, Lula tem enfatizado a posição oficial da diplomacia brasileira de condenar a violação da integridade territorial ucraniana assim como a imposição unilateral de sanções contra a Rússia. O presidente brasileiro também tem defendido com frequência a formação de um grupo de países sem envolvimento no conflito para mediar negociações de paz.

Mais cedo na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que Lula e Zelenskiy tiveram um "entendimento mútuo e bom" e que a conversa aconteceu "em clima de cooperação".

Ao sair do encontro, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, chegou a afirmar que o encontro servira para "quebrar o gelo" entre os dois chefes de Estado, para em seguida se corrigir: "Não que houvesse gelo para ser quebrado".

"Foi uma conversa agradável e honesta e os dois presidentes hoje entendem as posições um do outro muito melhor", continuou Kuleba.

Depois do encontro, os dois presidentes fizeram postagens em suas redes sociais. Em uma foto cumprimentando Zelenskiy, Lula escreveu que teve uma "boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de manter o diálogo sempre aberto entre os nossos países".

Já o presidente ucraniano afirmou que teve uma "reunião importante" com Lula, ocasião em que ocorreu uma discussão "honesta e construtiva".

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