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Lula defende perfil político à frente da Economia e reitera plano de mudar política da Petrobras

27 jul 2022 - 11h36
(atualizado às 14h37)
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas pela disputa ao Palácio do Planalto este ano, disse nesta quarta-feira que busca em um futuro ministro da Economia alguém que tenha cabeça política, destacando que não quer um governo burocrata.

Em entrevista ao portal UOL, o petista também reiterou a disposição de alterar a política de preços da Petrobras, que hoje segue as cotações internacionais do petróleo e a variação do câmbio, caso vença o pleito de outubro.

"O que eu quero é que ele tenha cabeça política. Se ele pensar politicamente correto, se ele tiver bastante versatilidade política, esse cara pode ser o ministro da Economia. Ele pode ser um economista", disse Lula ao ser questionado sobre o perfil do futuro comandante da área econômica.

Lula disse que buscará este perfil para todos os ocupantes do primeiro escalão em um eventual terceiro mandato, afirmando que uma ministro com cabeça política pode formar uma boa equipe de técnicos para gerir uma pasta do governo.

"O que eu não quero é fazer um governo burocrata, fazer um governo só de técnico", acrescentou.

No início da entrevista, Lula afirmou que recriará os ministérios que tinha quando foi presidente, mencionando especificamente a pasta do Planejamento, e que criará o Ministério das Causas Indígenas, a ser comandado por um indígena.

Lula também foi indagado sobre a Petrobras e, mais uma vez, foi enfático ao criticar a política de preços da estatal. Ele disse que, se vencer a eleição, buscará transformar a empresa na maior, ou ao menos na segunda maior, petroleira do mundo.

"Eu pretendo mudar a política de preços da Petrobras. Eu pretendo fazer com que os preços da Petrobras sejam em função dos custos nacionais, dos gastos nacionais, porque nós produzimos em real e pagamos salário em real", afirmou.

"Essa história de internacionalizar os preços na verdade é para agradar os acionistas em detrimento de 215 milhões de brasileiros. A gente pode reduzir o preço sim, o presidente não teve coragem."

SEM TETO

O ex-presidente afirmou ainda que o Brasil não precisa de um teto de gastos e lembrou o histórico fiscal de seus oito anos na Presidência como argumento contrário ao teto, colocado na Constituição durante o governo Michel Temer e que, para ser revogado, precisará de uma nova mudança constitucional com três quintos dos votos em dois turnos na Câmara e no Senado.

"Eu tenho a sorte de ter a meu favor o meu mandato... Eu não preciso de lei de teto de gastos. Quando você faz uma lei de teto de gastos é porque você é irresponsável, porque você não confia em você, porque você não confia no seu taco, porque você não tem segurança do que vai fazer", disse.

"Esse país não precisa de teto de gastos. Esse país precisa de um governo que tenha credibilidade, que garanta estabilidade e que tenha previsibilidade e isso eu e o Alckmin vamos fazer com muita competência", acrescentou, aproveitando para mencionar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice em sua chapa.

Lula também foi questionado sobre uma proposta de setores do PT para usar parte das reservas internacionais do país --atualmente em 343,5 bilhões de reais-- em projetos de infraestrutura para acelerar o crescimento da economia.

"Eu não pretendo mexer nesse dinheiro", disse Lula, ao lembrar que o processo de incremento das reservas teve início em seu governo e continuidade na gestão de sua sucessora e afilhada política Dilma Rousseff (PT).

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