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Lula diz esperar "gestão profícua" de Trump e que Brasil quer paz

20 jan 2025 - 11h42
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Ao abrir a reunião ministerial nesta segunda-feira, dia da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que espera uma "gestão profícua" do republicano e que não quer briga com os Estados Unidos, a Venezuela ou nenhum outro país.

"Tem gente que fala que a eleição do Trump pode causar problema na democracia mundial. O Trump foi eleito para governar os EUA e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua para que o povo americano melhore e para que os americanos continuem a ser o parceiro histórico que são do Brasil", disse Lula.

Com posições divergentes em temas centrais -- como meio ambiente, energia, multilateralismo e comércio internacional, entre outros -- e com uma relação muito próxima com a China, vista como principal opositora dos EUA no cenário internacional, a expectativa do governo brasileiro é de uma relação formal e pragmática com o novo governo norte-americano, mas distante.

"Da nossa parte não queremos briga, nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia, nem com a Rússia. Nós queremos paz, nós queremos harmonia, nós queremos ter uma relação onde a diplomacia seja a coisa mais importante e não a desavença, não a encrenca. Esse é o país que vamos construir, esse é o país que assumimos o compromisso de construir, esse é o país que temos a obrigação de entregar", defendeu Lula.

Durante a campanha eleitoral para Presidência nos Estados Unidos, Lula demonstrou abertamente preferência pelo democrata Joe Biden e depois, por sua vice, Kamala Harris, que assumiu a candidatura, mas cumprimentou Trump pela eleição logo que os resultados foram anunciados.

Diplomatas brasileiros prevêem uma relação que vai manter as negociações de aspectos estratégicos para os dois países, mas sem avanços relevantes. Já no multilateralismo de fóruns como o G20, onde o Brasil costuma ser ativo, espera-se mais um não engajamento do governo do republicano.

A maior dificuldade nas relações podem surgir se Trump levar a cabo a ameaça de impor tarifas de importação e direcionar alguma delas ao Brasil, como fez com o aço brasileiro em seu primeiro mandato. À época, apesar do aparente bom relacionamento entre o norte-americano e o então presidente Jair Bolsonaro, a sobretaxa se manteve em vigor até o final do mandato de Trump.

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