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Lula pedirá a Ortega que liberte bispo preso na Nicarágua

22 jun 2023 - 08h41
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que pressionará pessoalmente o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, para libertar um bispo católico que foi preso no país da América Central.

Falando aos repórteres em Roma, onde está em viagem oficial e um dia depois de se encontrar com o papa Francisco, Lula disse que o presidente nicaraguense deveria ter "a coragem" de reconhecer que um erro havia sido cometido.

"Essas coisas nem sempre são fáceis, porque nem todo mundo é grande para pedir desculpas. A palavra desculpas é simples, mas ela exige muita grandeza quando você comete uma coisa errada você reconhecer. Não é todo homem que tem coragem de dizer 'eu errei, eu vou mudar de posição'. É um trabalho de convencimento, e eu tenho muita paciência", disse Lula.

O bispo Rolando Alvarez, um crítico veemente de Ortega, foi condenado a mais de 26 anos de prisão na Nicarágua em fevereiro, sob acusações que incluíam traição, minar a integridade nacional e divulgar notícias falsas.

"Eu pretendo falar com o Daniel Ortega a respeito de liberar o bispo. Não tem por que o bispo ficar impedido de exercer sua função na Igreja. Não existe essa possibilidade. Então, eu vou tentar ajudar, se puder ajudar."

Não ficou claro se Francisco pediu a Lula para intervir e tentar aliviar a crise mais aguda que a Igreja Católica Romana enfrenta na América Latina.

"A única coisa que a Igreja quer é que a Nicarágua libere o bispo para vir para a Itália", disse Lula, referindo-se a Alvarez e a vários padres detidos.

Embora o Brasil e a Nicarágua tenham boas relações, os laços entre o Vaticano e o país centro-americano foram severamente prejudicados após a repressão aos protestos contra o governo em 2018, quando a Igreja atuou como mediadora entre os dois lados.

Ortega chamou os protestos de uma tentativa de golpe contra seu governo. A Igreja havia pedido justiça para mais de 360 pessoas que morreram durante os tumultos.

Alvarez foi condenado depois de se recusar a deixar o país junto com 200 prisioneiros políticos libertados pelo governo de Ortega e enviados para os Estados Unidos.

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