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Lula vê erro "grave" de Villas Bôas, mas quer relação democrática com Forças Armadas

10 mar 2021 - 16h03
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou de erro "grave" a postagem do general Villas Bôas na véspera do julgamento de um recurso dele pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir sua liberdade em abril de 2018 e disse que, se fosse chefe do Executivo Federal, teria exonerado o general do cargo.

10/03/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
10/03/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

"Fiquei preocupado com carta do general Villas Bôas, que não é correto. Seria exonerado se eu fosse presidente. Ele não está lá para dar palpite na política, ele não está lá para decidir quem vai ser presidente ou não, quem tem que decidir é a sociedade civil através do voto", disse Lula.

A declaração de Lula foi dada em sua primeira entrevista após o ministro Edson Fachin, do STF, ter anulado as condenações do petista tomadas pela Justiça Federal de Curitiba no âmbito da Lava Jato e tê-las remetido para a Justiça Federal de Brasília.

A decisão de Fachin tornou Lula --que chegou a ser condenado, preso por 580 dias e barrado da disputa eleitoral de 2018-- novamente elegível para o pleito do próximo ano.

Segundo o ex-presidente, Fachin também errou ao demorar para criticar a manifestação de Villas Bôas. Mas defendeu uma relação democrática com as Forças Armadas e destacou que nos oito anos que governou não teve qualquer problema com os militares.

"O fato de você ter um ou outro que desande, quando desandar, você como chefe supremo das Forças Armadas tem que escolher e eu acho que o Villas Bôas errou, errou grave e o Fachin errou de demorar três anos para comentar a pressão que ele fez", disse.

"Mas eu acho que é plenamente possível a gente estabelecer uma relação democrática, muito civilizada. Os militares está decidido o que eles vão fazer na Constituição e a gente pode trabalhar muito tranquilamente", emendou.

O ex-presidente minimizou manifestação do Clube Militar que criticou duramente a decisão de Fachin de anular as condenações de Lula. O ex-presidente disse que não pode levar a sério uma carta da entidade.

"A gente não precisa ficar preocupado com discursinho de um ou outro, de pessoas que já estão aposentadas", disse.

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