Mãe acorrenta filho viciado em drogas no quintal de casa
Cícero Affonso
Direto de Presidente Prudente
Desesperada com a situação do filho Luiz Henrique Marques de Aguiar, 23 anos, a dona de casa Sueli Aparecida Marques Aguiar decidiu acorrentar seu filho no fundo do quintal, em Presidente Prudente (SP), para chamar a atenção das autoridades e evitar o contato do jovem com as drogas. A decisão de Sueli ocorreu nesta quarta-feira.
A dona de casa prendeu o filho com uma corrente por um dos tornozelos, amarrando a outra extremidade no pilar de sustentação da casa. A mãe contou que o filho cursava Administração de Empresas, quando se envolveu com entorpecentes há cerca de três anos. Depois de passar a depender das drogas, Luiz Henrique abandonou os estudos. Sueli contou que o filho consome por dia duas latas de cola de sapateiro, benzina e outros solventes, além de várias pedras de crack.
"Ele acabou com a nossa família. Minha mãe tem 83 anos e já teve até um derrame por conta dessa situação. Meu filho já vendeu tudo o que possuíamos. Começou com eletrodomésticos, depois vendeu botijões de gás, móveis e tudo o que conseguia levar. Depois fez o mesmo na casa da avó. Agora não temos mais nada. E ele está vendendo até as roupas do corpo para comprar droga", lamentou.
O jovem passou por um tratamento e permaneceu afastado das drogas por mais de um ano, porém, teve uma recaída e ficou pior que a primeira vez.A mãe afirmou que a família já solicitou junto ao Ministério Publico uma intervenção para internar o rapaz para tratamento, mas que até o momento não obteve respostas.
"Não temos mais onde pedir socorro, não sabemos mais o que fazer, então decidimos pedir auxilio da mídia para mostrar essa omissão de socorro por parte das autoridades. A saída que tivemos foi de acorrentá-lo e expor a situação, mostrar nosso desespero e pedir uma ajuda a quem puder nos amparar diante desta situação", desabafou a mãe.
Jovem deve ser internado
O promotor de Justiça Mário Coimbra confirmou que o Ministério Público (MP) indeferiu a internação do rapaz por uma vez e a segunda solicitação está em andamento. "Esta segunda internação deverá ocorrer em questão de algumas horas, se já não foi resolvida. O juiz se sensibilizou muito com a situação e decidiu pela internação do rapaz. Porém, a internação apenas não vai resolver. Infelizmente, a família acordou tarde para esse problema. A dependência dele já é crônica", afirmou.
Segundo Coimbra, o jovem será encaminhado para uma unidade de saúde, onde passará por um processo de desintoxicação. "Depois, a família terá que manter uma vigilância muito forte para dar suporte ao tratamento, caso contrário, todos esses processos serão inúteis", explicou o promotor.