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Mãe denuncia médicos que arrancaram cabeça de bebê em parto

CRM-MG e Polícia Civil investigam o caso e paciente vai processar hospital

16 nov 2017 - 17h24
(atualizado às 17h25)
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Foto: Arquivo Pessoal

A morte de um bebê que teve a cabeça arrancada durante o seu nascimento está sendo investigada pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais e pela Polícia Civil. O caso chocou a população da cidade de Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, em outubro, mas somente nesta quinta (16) o CRM-MG tomou conhecimento do ocorrido.

A dona de casa Tânia Borges Vieira Silva, de 41 anos, passou pela dor que nenhuma mãe imagina passar: sua filha morreu durante o parto. E, pior, teve a cabeça arrancada com a força que a equipe médica precisou fazer. Segundo Tânia, os médicos puxaram a filha muito forte pelos pés. "Logo que ela nasceu, um dos médicos correu com ela para outra sala e me colocaram em outra maca porque eu estava perdendo muito sangue".

Antes do fatídico acontecimento, Tânia, se sentiu mal e foi encaminhada três vezes da Policlínica de Tupaciguara para a Santa Casa de Misericórdia de Araguari. A primeira vez, no dia 24 de outubro, ela foi avaliada e ouviu dos médicos que estava tudo bem e que poderia voltar para casa.

No dia seguinte, a mesma coisa: ela foi novamente à mesma unidade de saúde e novamente foi avaliada e mandada de volta para casa, que fica distante cerca de 60 quilômetros. A última vez foi no dia 28, quando já dentro da ambulância ela foi informada da complicação. "A enfermeira falou para o motorista da ambulância ir rápido que a minha bebê ia nascer, mas estava sentada e que isso ia dificultar o parto".

Quando chegou na Santa Casa ela foi direto para a sala de parto e a forma como os médicos a trataram foi o começo do martírio. "Fizeram muita força e me machucaram demais". Tânia precisou ficar dois dias na UTI por causa da hemorragia e foi o marido quem deu a notícia da morte da bebê. "Ninguém me falou nada hora nenhuma. O médico entrou na UTI que eu estava com a mão na cabeça e quando eu perguntei se minha filha estava bem ele, só disse que não e saiu em seguida".

Foto: Arquivo Pessoal

Natimorto no atestado de óbito

Outro ponto que causou indignação na família foi a causa da morte no atestado de óbito. A informação prestada pelo hospital ao IML e que consta no documento era de que Rebeca, como se chamaria a criança, teria nascido morta. "Minha filha não nasceu morta. Eles mataram minha filha".

A Santa Casa de Misericórdia de Araguari foi procurada pela reportagem, mas ninguém da assessoria de comunicação foi encontrado.

A assessoria de comunicação do CRM informou, por meio de nota, que abriu uma sindicância para apurar o fato. As penas disciplinares aplicadas aos profissionais pelo CRM estão previstas no artigo 22 da Lei 3.268/57 e vão de advertência confidencial em aviso reservado, censura confidencial em aviso reservado, censura pública em publicação oficial, suspensão do exercício profissional até 30 (trinta) dias e a cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal.

Já no âmbito da Justiça os profissionais, podem responder por crime doloso, que é quando o agente causador assume o risco do ato praticado.

A bebê Rebeca foi enterrada no dia 30 de outubro.

Denúncias de erro médico

Ainda sobre o caso, o CRM explicou que todos os casos envolvendo supostos erros médicos devem ser denunciados ao conselho por escrito com o relato detalhado dos fatos e identificação completa dos envolvidos. As denúncias precisam, ainda, ser assinadas e documentadas e denúncias anônimas ou apócrifas não são aceitas. Os documentos podem ser entregues na sede do CRM-MG em Belo Horizonte, nas regionais ou para o email processos@crmmg.org.br. 

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Fonte: Especial para Terra
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