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Maia admite dificuldades para aprovar reforma da Previdência; defende paciência para discussão do tema

7 nov 2017 - 21h03
(atualizado às 21h12)
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu nesta terça-feira que a reforma da Previdência é um tema difícil, principalmente diante do desgaste da base do governo após rejeitar duas denúncias contra o presidente da República, Michel Temer.

Rodrigo Maia durante sessão da Câmara dos Deputados
 25/10/2017    REUTERS/Adriano Machado
Rodrigo Maia durante sessão da Câmara dos Deputados 25/10/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Maia defendeu, no entanto, paciência na discussão do tema e a necessidade de sua aprovação, sob o risco de o Brasil enfrentar uma grave crise relacionada às contas públicas.

"O cenário é difícil", disse o presidente da Câmara a jornalistas. "A Câmara passou por duas votações muito desgastantes e acho que o deputado que votou, mesmo sabendo de todos os desgastes, entendendo que era importante deixar para 2019 a investigação contra o presidente Michel Temer, acho que foi uma votação de coragem, tem que ser muito respeitado", afirmou.

"O deputado está com um desgaste na base dele, por óbvio, a rejeição do governo é muito grande e você introduzir um outro tema que foi mal comunicado pelo governo, que tem uma obstrução das centrais sindicais e dos partidos de oposição que comunicam de forma muito competente parecendo que nós temos uma reforma que é para tirar direitos dos mais pobres e não é, isso tudo gera um certo desgaste", admitiu o deputado, que se reuniu com Temer nesta terça-feira.

Mais cedo, Maia afirmou que não interpretou as declarações de Temer, na véspera, como um sinal de desistência do governo de aprovar a reforma da Previdência.

Reconheceu, no entanto, que o tema é polêmico e não instiga otimismo, ainda mais após o desafio enfrentado pela base do governo para rejeitar a segunda denúncia contra Temer.

"Não interpretei desse jeito tão pessimista", disse Maia a jornalistas ao ser questionado sobre fala do presidente na segunda-feira em reunião com lideranças partidárias.

Na ocasião, Temer afirmou que se o Congresso não quiser aprovar a reforma da Previdência, "paciência", acrescentando em seguida que continuará trabalhando para realizá-la.

"Se em um dado momento a sociedade não quer a reforma da Previdência, a mídia não quer a reforma da Previdência e a combate e, naturalmente, o Parlamento que ecoa as vozes da sociedade também não quiser aprová-la, paciência. Eu continuarei a trabalhar por ela", disse o presidente na véspera.

Maia voltou a dizer que o presidente precisa ouvir lideranças e presidentes de partidos para reorganizar sua base.

"Esse nunca é um tema para a gente estar otimista. É sempre um tema muito polêmico porque sempre se vende a tese que a reforma da Previdência vem para tirar dos pobres e o que o projeto trata de forma fundamental é exatamente o contrário", argumentou o deputado.

Maia acrescentou que outros projetos que aguardam votação na Câmara podem ajudar no equilíbrio das contas públicas, mas defendeu a reforma como medida essencial para estabilizar o déficit da Previdência.

ELETROBRAS

O presidente da Câmara também aproveitou para elogiar a decisão do governo de enviar por meio de projeto de lei a modelagem da privatização da Eletrobras, e não por medida provisória.

Há algumas semanas, Maia bateu de frente com o governo e ameaçou devolver MPs que fossem encaminhadas ao Congresso que não se encaixarem nos pressupostos de relevância e urgência.

"Acho que é o caminho certo. Você não pode querer vender um ativo por meio de uma medida provisória", disse.

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