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Mais Médicos: 700 cubanos chegam a SP para acolhimento

21 mar 2014 - 22h10
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Foram recepcionados nesta sexta-feira na capital paulista 700 médicos cubanos que participarão, durantes as próximas semanas, do módulo de acolhimento do programa Mais Médicos do governo federal. Eles fazem parte dos 4,3 mil profissionais que estão sendo incorporados à iniciativa na quarta etapa do programa. Durante o acolhimento, os médicos receberão capacitação e serão avaliados em conhecimentos de medicina e língua portuguesa.

Os cursos também estão sendo ministrados em Gravatá (PE), Porto Alegre (RS), Gurapari (ES) e Brasília (DF). Com os recém-chegados, o Mais Médicos deverá atingir a meta de colocar 13,3 mil profissionais para prestar atendimento em todo o País. Após a capacitação, os profissionais serão redirecionados para as áreas onde vão atuar.

São Paulo deve ficar com 1,3 mil dos médicos que chegaram agora, na última etapa. Além dos quase 4 mil cubanos, há 201 formados no Brasil e 206 intercambistas. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, isso acontece porque, apesar do estado ter requisitado 2,1 mil profissionais, os municípios foram atendidos por critérios de vulnerabilidade. As cidades com piores condições foram contempladas primeiro. "Estados que têm melhores condições de vida, de indicadores de saúde, ficaram com uma quantidade maior para este último ciclo", ressaltou o ministro após participar da cerimônia para receber os novos médicos.

De acordo com Chioro, até o momento os resultados mostram que a iniciativa tem sido bem-sucedida. "Um retorno muito positivo, com aumento de consultas, de diagnósticos de hipertensão, diabetes, transtornos mentais, condução de pré-natal. São esses cuidados primários, tão essenciais." Segundo ele, 80% dos motivos que levam alguém a procurar um centro de saúde são resolvidos com uma atenção básica bem feita.

O ministro ponderou, no entanto, que como o programa tem previsão de duração de três anos, ainda é cedo para avaliar com profundidade o impacto na saúde pública, de forma consistente. "Teremos que aguardar o desenvolvimento do programa para medir o impacto sobre outros aspectos: epidemiológicos, assistenciais e de qualidade de vida da população."

O nível de desistência dos profissionais, segundo Chioro, também tem sido baixo em comparação percentual com o que acontece na saúde privada e pública. Entre os estrangeiros, de acordo com o ministro, o percentual não chega a 1%, entre os cubanos é quase nulo e entre os brasileiros é de aproximadamente 10%.

Muitos dos brasileiros com diploma, que abandonam o programa, deixam o Mais Médicos após passarem na prova de residência, quando poderão se especializar. "Não é porque o programa estava ruim, é porque ele (médico) tinha a pretensão de ser cirurgião, ser oftalmologista, ser ortopedista. Durante aquele período ele topou vir para o programa Mais Médicos, mas depois fez uma opção de vida", explicou Chioro.

Apesar dos bons resultados, o ministro ressaltou que o programa é uma ação emergencial. Chioro defendeu que o debate agora seja focado na formação de novos médicos no país. "Se a gente não fizer isso agora, nós vamos perpetuar o número de médicos necessários insuficiente. O estruturante é a ampliação da graduação, da residência, e a mudança no perfil de formação", enfatizou. Segundo ele, ações nesse sentido vêm sendo desenvolvidas pelo Ministério da Educação.

ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).
Agência Brasil Agência Brasil
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