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'Manifestações foram aquém das expectativas', diz ministra

13 jun 2014 - 16h49
(atualizado às 16h57)
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A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvati, avaliou nesta sexta-feira que as manifestações na abertura da Copa do Mundo ontem "ficaram muito aquém de qualquer expectativa". A ministra também afirmou que a secretaria vai acompanhar excessos das forças de segurança e de manifestantes na Copa do Mundo. "Posso estar muito equivocada, mas o número de manifestantes, somando todas as cidades-sede, não ultrapassou a cifra de 4 mil pessoas. Acho até que 4 mil é mais do que realmente aconteceu, face aos milhões de brasileiros e de turistas que estavam comemorando e participando desse evento", comparou Ideli.

A ministra comentou a manifestação em São Paulo: "Um grupo pequeno de manifestantes quis impedir a principal via de acesso à Arena Corinthians. O direito de se manifestar não pode se contrapor ao direito das pessoas irem ao evento."

A ministra afirmou também que a orientação das forças de segurança é lidar com as manifestações dentro da legalidade e mencionou um episódio flagrado pela imprensa em que um manifestante, depois de imobilizado, foi atingido com spray de pimenta no rosto. "Nossa ouvidoria já tomou providências para aquele caso. Vamos tomar as providências que estão ao alcance do governo federal para que o episódio não se reproduza."

Ideli considerou a Copa do Mundo "um treino" para deixar um legado de melhor atuação de forças de segurança em momentos de conflitos de direitos: "Esse é para nós um treino, uma oportunidade para que a Copa possa fazer com que as forças policiais atuem dentro da legalidade, dentro do que o país estabelece como direito de todos nós."

Sobre as denúncias de que estaria ocorrendo uma retirada compulsória da população de rua de áreas turísticas do Rio de Janeiro e de outras cidades-sede, como uma tentativa de higienização, Ideli comentou: "Eu não posso dizer que isso não esteja acontecendo, mas estamos mobilizados para impedir que aconteça." 

Ao lado de Gary Stahl, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ideli destacou medidas do governo federal para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil, como classificar o crime como hediondo, impedir a entrada de pessoas envolvidas em crimes sexuais no país e aumentar em 30% o número de atendentes do Disque 100, que recebe denúncias a violações dos direitos humanos. Gary destacou também que é preciso desnaturalizar o trabalho infantil na cultura brasileira.

"O que precisa é uma mudança cultural. Não pode ser que as pessoas vejam as crianças trabalhando nas ruas, no horário da aula, e não façam nada. Isso ainda é muito enraizado", disse Gary, que informou que o trabalho infantil foi a violação mais constatada contra crianças e adolescentes na Copa das Confederações e no carnaval deste ano.

Agência Brasil Agência Brasil
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