Apenas 'dinheiro' não resolve crise em Roraima, diz Marina
Crise migratória dos venezuelanos necessita de uma 'gestão compartilhada', afirmou a presidenciável
A candidata pela Rede à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (23) que apenas a destinação de recursos não resolve a crise de imigrantes venezuelanos que entram no país pela fronteira com Roraima, e que é necessária uma "gestão compartilhada" de todos os órgãos envolvidos.
O governo federal chegou a editar uma medida provisória com crédito extraordinário para assistência emergencial e acolhimento humanitário dos venezuelanos.
"Tem uma visão de poder público que acha que se passou algum dinheiro, o problema já está resolvido. Não é apenas uma questão de dinheiro, que na maioria das vezes, para o tamanho do problema, não é suficiente para uma resposta duradoura", disse a candidata em sabatina da EBC, transmitida pela TV Brasil.
"Não é só uma questão de dinheiro, é como gerir esse dinheiro, como ter uma abordagem que não seja apenas em cima do leite derramado."
Dezenas de milhares de venezuelanos atravessaram a fronteira com o Brasil em Pacaraima nos últimos anos, fugindo da turbulência econômica e política em seu país. O fluxo sobrecarregou os serviços sociais do Estado e causou uma crise humanitária, com famílias dormindo nas ruas em meio à crescente criminalidade e prostituição.
Mas a situação chegou a seu ponto crítico no fim de semana, quando eclodiu uma onda de violência após o dono de um estabelecimento local ter sido esfaqueado e espancado supostamente por quatro venezuelanos.
Manifestantes brasileiros destruíram tendas usadas pelos venezuelanos para acampar na rua perto de um terminal de ônibus e incendiaram os pertences que os imigrantes deixavam para trás. Em resposta aos incidentes, o governo federal decidiu no domingo enviar um reforço de 120 homens da Força Nacional de Segurança a Roraima e determinou a intensificação dos esforços de interiorização de venezuelanos para outros Estados.