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MediaON

Grandes empresas fazem rever vocação democrática do digital

6 dez 2012 - 17h00
(atualizado às 19h58)
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Thiago Tufano
Direto de São Paulo

Durante o primeiro debate desta quinta-feira da 4º Edição do Rumos - Seminário Internacional Rumos do Jornalismo Cultural, o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues, editor de blogs sobre literatura no portal Veja.com, comentou a respeito das grandes empresas digitais, como Google e Amazon. Com o tema "Se é bom não vende, se vende não é bom: desde quando gosto não se discute?", o crítico afirmou que o próprio jornalismo digital criou monstros na comunicação.

O músico e escritor Lobão também participou do debate e comentou a respeito da Lei Ruanet, que incentiva projetos culturais no Brasil. Para ele, a lei é uma humilhação
O músico e escritor Lobão também participou do debate e comentou a respeito da Lei Ruanet, que incentiva projetos culturais no Brasil. Para ele, a lei é uma humilhação
Foto: Édson Lopes Jr / Terra

"A própria cultura digital, que parecia tão fadada à democracia, em um certo paradoxo ou não, gerou monstros concentradores como nunca existiu, como Google, Amazon, alimentados pela cultura digital. Isso nos faz rever a vocação democrática do digital. Não se dará de graça, terá que ser conquistada", afirmou Rodrigues.

De acordo com Sergio, esse paradoxo formado pela cultura digital, ao mesmo tempo que democratiza a informação, cria barreiras que tornam a informação cada vez mais restrita.

"A tela é um espaço ilimitado, diferente do papel que custa caro. Essa nova configuração vai ter que gerar e vai gerar suas próprias autoridades para tentar dar conta de novo de um todo. Não vamos a lugar nenhum se cada um falar para sua tribo. A internet é o reino das mil línguas, e cada vez mais temos mais dificuldades de entender o outro. Torço para que esse meio pulverizado crie seus pontos de coágulo", explicou.

Para Sergio, existe uma saída para o problema. "Vejo um universo enorme de oportunidades ainda não exploradas nesse mundo da rede. Falo de uma cultura fermentada e insipiente, mas que tende a criar seus próprios valores, autoridades, não mais impostas pelo nome do veículo, que vai se legitimar no ambiente da internet. A internet é um faroeste, um lugar que as pessoas se agridem como não se agrediriam pessoalmente."

O músico e escritor Lobão também participou do debate e comentou a respeito da Lei Rouanet, que incentiva projetos culturais no Brasil. Para ele, a lei é uma humilhação.

"Se você entrar no Ministério da Cultura, não há exceção. Todos inventam. Qualquer coisa é motivo para receber somas absurdas. Você vê que a intelectualidade brasileira está calada. Isso ajuda o medíocre. O cara ganha esse dinheiro todo ano e são cadáveres porque eles mesmo não terão capacidade de bancar uma turnê. Aí vem o sertanejo universitário", disse o músico.

Para Lobão, a web está sendo usada de maneira errada. "A primeira palavra que me vem é mediocridade. Esse paradoxo da complexidade com a banalização. Tem a internet que é infinita para conseguir recursos, mas estamos nos tornando bestas quadradas", completou.

A jornalista cultural e crítica de artes visuais Angélica de Moraes falou a respeito da censura na comunicação. De acordo com Angélica, nos dias de hoje, a censura é muito maior que na época da ditadura militar.

"O jornalismo cultural na ditadura se fazia com muito menos censura que hoje. A censura mudou de razão social. Antes tinha censura estatal, agora temos a censura empresarial. Hoje a pessoa mais importante na redação não é o editor é o chefe da economia do pedaço, não que isso nunca tivesse presente nos jornais, mas havia uma compreensão melhor da independência da opinião", disse.

Evento

O 4º Seminário Internacional Rumos Jornalismo Cultural ocorre junto com a 6ª edição do MediaOn. Os eventos discutem o jornalismo e a comunicação no século XXI e como o novo jornalista se comporta - ou deveria se comportar - diante dos fenômenos causados pelas redes sociais, colaboração e mobilidade. Os encontros são promovidos pelo Terra, maior empresa latino-americana de mídia digital, e o Itaú Cultural até a próxima sexta-feira. Em 2012, o evento conta ainda o apoio da Online News Association, dos Estados Unidos.

O seminário é aberto a jornalistas, profissionais de mídia e publicidade, executivos, pesquisadores e estudantes e será transmitido ao vivo pelo Terra na web, em celulares e tablets. O MediaOn reúne anualmente profissionais do Brasil e do mundo para discutir grandes temas do setor como o futuro da mídia, o impacto das novas tecnologias e como mercado de notícias em geral está lidando com as mudanças radicais no meio. Nas últimas edições, contou com profissionais de veículos como BBC, New York Times, CNN, Globo, Facebook, The Guardian, Pro-Publica, Google, Microsoft, Clarín, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e Abril, além de agências, anunciantes e especialistas.

Fonte: Terra
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