Medicamento provoca rara alergia e mata paciente em hospital de Porto Alegre
Karen Stephanie dos Santos, de 33 anos, faleceu no domingo (12) após uma reação alérgica rara a um medicamento administrado no Hospital da Restinga, em Porto Alegre, onde estava recebendo tratamento para uma suspeita de pneumonia. Segundo seus familiares, Karen sofria de esquizofrenia e havia sido internada em 23 de fevereiro. O antibiótico ampicilina foi […]
Karen Stephanie dos Santos, de 33 anos, faleceu no domingo (12) após uma reação alérgica rara a um medicamento administrado no Hospital da Restinga, em Porto Alegre, onde estava recebendo tratamento para uma suspeita de pneumonia. Segundo seus familiares, Karen sofria de esquizofrenia e havia sido internada em 23 de fevereiro.
O antibiótico ampicilina foi administrado, resultando em uma reação alérgica que afetou mais de 70% do corpo da paciente, incluindo queimaduras em todo o corpo, febre alta, dor na garganta, tremores e inchaço na boca. A direção do hospital afirmou que a paciente sofreu uma reação imunológica conhecida como necrólise epidérmica tóxica, que pode ser provocada por alguns medicamentos, vírus ou bactérias.
Com o agravamento do quadro clínico, Karen foi transferida para o Hospital Conceição, mas faleceu doze dias depois. A necrose é causada por uma mutação genética e é uma condição rara, com uma frequência de um caso por milhão de habitantes. Não há como prevenir a necrose, mas o diagnóstico precoce é essencial para interromper o uso de medicamentos que podem desencadear a reação.
A morte de Karen deixou a família consternada, com sua tia descrevendo como "parecia que tinham jogado um balde de água quente nela. Tava saindo toda a pele dela. Tudo, tudo". A diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Secção RS, Valéria Rossato, enfatizou que a necrose requer um atendimento multidisciplinar para tratar as consequências da perda de proteção da pele, incluindo suporte ventilatório, hemodinâmico e nutricional.
