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Metade dos paulistanos acham que SP é tolerante com público LGBT

22 mai 2018 - 13h08
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Pesquisa encomendada pela Rede Nossa São Paulo aponta que metade da população paulistana tem a percepção de que a cidade é tolerante com lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e outros gêneros (LGBT e outros). O resultado foi divulgado hoje (22) na capital paulista.

Segundo o estudo, 23% avaliam a cidade como "nem intolerante, nem tolerante", 23% consideram intolerante e 4% não souberam responder. "Quanto mais escolarizado e quanto mais alta a classe social, maior foi a percepção de que a cidade é tolerante", disse Patricia Pavanelli, diretora do Ibope Inteligência, instituto responsável pela pesquisa.

Foram ouvidas 800 pessoas com mais de 16 anos. A maioria delas, 90%, heterossexuais. Jorge Abrahão, coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, disse que uma das intenções do levantamento é promover a discussão na sociedade e passar a acompanhar o tema anualmente. Na opinião dele, os pilares que mais precisam avançar no país são a tolerância e o respeito à diferença.

"Há menos de trinta anos, a homossexualidade era vista como doença. É impressionante como somos tão avançados em ciência e tecnologia, e tão atrasados em comportamento e campo dos afetos", disse Abrahão.

Situações de preconceito

Metade dos pesquisados disseram ter vivido ou presenciado situações de preconceito de gênero ou orientação sexual. Os locais mais comuns foram espaços públicos (51%), transporte público (46%), escola ou faculdade (39%), shoppings e comércios (39%), bares e restaurantes (38%), trabalho (35%) e família (34%).

Levando em conta as situações preconceituosas, 13% disseram ter presenciado ou vivenciado em todos os locais citados. Declararam, por sua vez, nunca ter visto ou vivido o preconceito, 28% dos entrevistados. "A minha provocação é: não vivenciou ou não reconheceu uma situação de violência ou preconceito?", questionou Patrícia.

Direitos LGBT

A aceitação mostrou-se significativa apenas para assuntos menos íntimos ligados aos direitos LGBT, como defesa de leis de incentivo à inclusão de LGBTs no mercado de trabalho (54%), adoção de nome social (53%), adoção de filhos por casais homossexuais (51%) e casamento entre homossexuais (45%).

A rejeição foi maior para aspectos íntimos. Apenas 23% apoiam o afeto entre pessoas do mesmo sexo na frente de familiares, 22% aceitam a demonstração de afeto entre pessoas do mesmo sexo em público e 20% aprovam os banheiros unissex.

Levando em conta esses resultados, a pesquisa criou um índice de LGBT fobia na cidade de São Paulo. Numa escala de zero a um, o município registrou 0,46.

Agência Brasil Agência Brasil
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