Ministro do TCU vira réu na Lava Jato por corrupção
Conforme a denúncia feita pela força-tarefa da operação em Curitiba, Vital do Rêgo é acusado de ter recebido propina de executivos da OAS
A Justiça Federal do Paraná tornou nesta segunda-feira o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato.
Conforme a denúncia feita pela força-tarefa da operação em Curitiba, Vital do Rêgo é acusado de ter recebido propina de executivos da OAS na época em que era senador pelo MDB da Paraíba e presidiu a CPI Mista da Petrobras.
Após o suposto acerto, descrito pelo Ministério Público Federal, o senador atuou para evitar a convocação de dirigentes da estatal.
"Há relato de que os pagamentos foram realizados em razão da função pública ocupada pelo então Senador, no bojo de operação de mercancia do cargo público", descreveu o juiz Luiz Antonio Bonat, na decisão.
Segundo o magistrado, foram descritos omissões praticadas pelo então senador e o acerto, de forma dissimulada, das vantagens indevidas recebidas por ele. "Também há descrição dos atos praticados pelos intermediários, que participaram das operações destinadas aos repasses", completou.
Outras nove pessoas viraram réus, entre elas um ex-assessor parlamentar de Vital do Rêgo, suspeito de ter sido o intermediário no recebimento da propina.
Procurada, a assessoria de imprensa do TCU não retornou de imediato ao pedido de posicionamento de Vital do Rêgo sobre a decisão da Justiça.
A denúncia da força-tarefa do MPF na Lava Jato foi apresentada à Justiça na semana passada, no dia em que ocorreu a 73ª fase da operação.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, tem até o dia 10 de setembro para decidir se renova a força-tarefa da operação de Curitiba.