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Ministros anunciam investimento saudita de até US$ 10 bilhões no Brasil; Bolsonaro evita jornalistas

Ernesto Araújo e Onyx Lorenzoni fizeram o anúncio durante visita presidencial à Arábia Saudita; Bolsonaro encontrou-se com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro do trono do país.

29 out 2019 - 16h12
(atualizado às 16h15)
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Brasil e Arábia Saudita divulgaram documento conjunto falando sobre possibilidade de investimentos
Brasil e Arábia Saudita divulgaram documento conjunto falando sobre possibilidade de investimentos
Foto: José Dias/PR / BBC News Brasil

Os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disseram nesta terça-feira (29/10) que o fundo soberano saudita, o Fundo de Investimento Público (PIF), decidiu "investir por conta de 10 bilhões de dólares no Brasil". Os ministros acompanham o presidente Jair Bolsonaro em viagem oficial à Arábia Saudita. Bolsonaro esteve ontem à tarde com o príncipe Mohammed bin Salman, herdeiro do trono do Reino da Arábia Saudita. Após a ocasião, Bolsonaro disse que "todo mundo gostaria de passar a tarde com um príncipe. Principalmente vocês, mulheres'".

O principal anúncio da viagem foi feito pelos dois ministros. O presidente Bolsonaro, em meio a polêmica sobre um vídeo divulgado por ele o Twitter que associa o STF, entre outros órgãos e partidos, a hienas, se absteve de falar com a imprensa nesta terça-feira, pela primeira vez desde o inicio da viagem, após ser questionado sobre as criticas feitas pelo ministro Celso de Mello ao vídeo.O governo brasileiro anunciou que no encontro com Mohammed bin Salman foram discutidas perspectivas para o fortalecimento de investimentos bilaterais entre o Brasil e a Arábia Saudita.Na declaração conjunta sobre parceria estratégica para investimentos, o Brasil anunciou que o PIF saudita concordou em explorar "potenciais oportunidades de investimentos mutuamente benéficos" que poderão chegar ao valor de "até US$ 10 bilhões". Segundo uma declaração do governo, o Brasil concordou em fazer uma parceria com o PIF para viabilizar a iniciativa, incluindo o "esclarecimento acerca do marco legal e institucional mais apropriado para investimentos na economia brasileira". No encontro com príncipe, diz o governo brasileiro, Bolsonaro falou em potenciais "oportunidades para investimentos expressivos e com retornos de grande atratividade para o mercado" que fariam parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).No entanto, nenhum investimento específico foi anunciado, nem foram definidas datas para o início da chegada do dinheiro.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, fez anúncios sobre investimentos ao lado de Onyx Lorenzoni
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, fez anúncios sobre investimentos ao lado de Onyx Lorenzoni
Foto: Valdenio Vieira/PR / BBC News Brasil

'Em comum acordo'

O ministro Araújo disse que os setores nos quais os investimentos serão feitos serão "decididos em comum acordo". De acordo com Lorenzoni, o PIF já investiu em cinco países (EUA, Japão, França, África do Sul e Rússia) e o Brasil será o sexto, e receberá o mesmo volume de investimentos feitos na Rússia. Segundo ele, será criado um conselho para definir quais áreas serão beneficiadas.

"Imediatamente ao chegar ao Brasil vamos organizar o conselho", disse, e afirmou que o PPI terá ao longo do ano que vem uma grande quantidade de ofertas, incluindo as áreas de óleo e gás, portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. Disse também que há um "grande possibilidade de investimento" na ferrovia Ferrogrão, do Mato Grosso ao Pará. Segundo Ernesto Araújo, o CEO do banco Goldman Sachs, em audiência com Bolsonaro nesta terça-feira, disse que "Brasil e Arábia Saudita são os certamente os dois países mais dinâmicos para receber investimentos".Brasil e Arábia Saudita também vão anunciar, segundo os ministros, um acordo recíproco para simplificar o acesso a vistos de turismo e negócios. Atualmente válidos por até um ano, eles terão validade máxima de cinco anos, se o acordo for de fato concretizado. Também serão possíveis múltiplas entradas, algo hoje vedado dos dois lados. O custo, hoje superior a mil dólares, deve cair para 80 dólares, segundo o Itamaraty.

"O acordo de vistos a ser adotado amanhã visa a ampliar o fluxo de turistas e de empresários entre os dois países. O acordo diminui o custo dos vistos de turismo e de negócios para cerca de US$ 80, e passa a permitir, nos dois casos, vistos de até 5 anos, e com múltiplas entradas", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.

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Em vídeo, Bolsonaro se compara a leão atacado por hienas:
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