MPF e PF desarticulam esquema de corrupção nos Correios
Empregados dos Correios envolvidos com a fraude negociavam privilégios para hospitais no Rio de Janeiro
O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) desarticularam esquema de corrupção na Gerência de Saúde dos Correios do Rio de Janeiro. Segundo nota divulgada hoje (19) pelo MPF, o golpe causou prejuízo de mais de R$ 7 milhões aos cofres da estatal entre agosto de 2011 e abril de 2013. Após cumprir mandados de busca e apreensão na casa do diretor regional da empresa, Omar de Assis Moreira, e no Hospital Balbino, a PF cumpriu mandado na casa de mais oito envolvidos no esquema de corrupção e no Hospital Espanhol.
De acordo com o MPF, empregados dos Correios envolvidos com a fraude negociavam privilégios para hospitais no Rio de Janeiro, com o aval de um ex-diretor dos Correios e de um ex-gerente de Saúde da estatal. Os empregados permitiram a antecipação de pagamentos para esses hospitais em troca de propina. A investigação também apontou que a quadrilha superfaturou o pagamento de procedimentos cirúrgicos e elevou os valores das tabelas de diárias e taxas pagas a alguns hospitais, bem como pagou por serviços não prestados, que eram lançados como se fossem devoluções de valores estornados pelo plano de saúde dos Correios. As investigações revelaram diversos delitos, incluindo o pagamento superfaturado de uma cirurgia no valor de quase R$ 1 milhão.
Os Correios responderam, em nota, que “o assunto já vem sendo apurado pela empresa, com apoio da PF, desde 2013. Atualmente afastado por determinação judicial, o próprio diretor regional da empresa no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira, foi quem solicitou, em junho de 2013, a investigação conduzida pela Polícia Federal a respeito de possíveis irregularidades na gestão do plano de saúde”.
Segundo a empresa, “Moreira também instaurou processo de sindicância interno e constituiu grupo de trabalho para apoiar a apuração da PF. Denúncia sobre o caso foi encaminhada ao Ministério Público Federal, em setembro de 2013, pela Administração Central dos Correios em Brasília”. De acordo com a estatal, a sindicância interna, conduzida por órgão corregedor dos Correios em Brasília, está em fase final e é acompanhada pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Os Correios também afirmam, na nota, que os fatos documentados comprovam que a empresa não apenas identificou as eventuais irregularidades na gestão do plano de saúde no Rio de Janeiro, como tomou todas as providências necessárias para a completa apuração.