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Mulheres conquistam espaço no sistema educacional do País

Mas, apesar de se formarem mais, as mulheres seguem em desvantagem em relação aos homens quando entram no mercado de trabalho

31 out 2014 - 10h25
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<p>Mulheres levam vantagem também quando se fala em ensino superior: 14,1% a mais de mulheres estão nas universidades brasileiras</p>
Mulheres levam vantagem também quando se fala em ensino superior: 14,1% a mais de mulheres estão nas universidades brasileiras
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

As mulheres conquistam cada vez mais seu espaço e isso pode ser notado também no nível educacional no Brasil. De acordo com o estudo de gêneros feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o avanço da escolaridade feminina é uma realidade no País. Entre 2000 e 2010, houve uma queda de 28% do total de mulheres analfabetas. Entre as mulheres de 15 a 29 anos, essa queda foi de 55,7% em todas as regiões. Ainda nessa faixa etária, mulheres que se declararam pretas tiveram 65,5% de queda nos índices de analfabetismo e as pardas 60,1%. 

Até mesmo na área rural, onde o índice de analfabetismo segue grande (21,1% das mulheres), houve queda de 21,3%. Mas ainda há desigualdades destacadas entre mulheres da região Nordeste se comparadas às da região Sudeste, onde a taxa de analfabetismo chega a ser três vezes menor. Entre os homens, o panorama é praticamente idêntico, permitindo identificar que os grupos mais vulneráveis são os das áreas rurais da região Nordeste, pretos e idosos. 

Quando se analisa o acesso à escola, o estudo reflete que a legislação sobre ensino obrigatório dos 4 aos 17 anos foi benéfica para o País. No entanto, se as taxas para a pré-escola e o ensino fundamental estão acima dos 80% e dos 95% respectivamente em todo o país, o ensino médio cresceu menos do que o esperado. As mulheres tiveram uma frequência escolar entre os 15 e 17 anos, 10% maior que a dos homens.

Os pesquisadores avaliam que o atraso escolar dos homens se deve, em grande medida, à antecipação da entrada no mercado de trabalho, por necessidade familiar. Nessa faixa etária, 7,6% dos homens apenas trabalham e não estudam. Por outro lado o número de mulheres que não estudam nem trabalham é alto (12,6%, contra 9,1% dos homens). Isso se deve quase sempre à maternidade, já que 56,8% das jovens que tiveram filhos estão fora da escola e do mercado de trabalho. 

<p>Mulheres também têm uma taxa 25% maior de conclusão do curso superior que os homens</p>
Mulheres também têm uma taxa 25% maior de conclusão do curso superior que os homens
Foto: Brian Snyder / Reuters

Essa carência do ensino médio, com taxas de abandono escolar altas, pode levar ao que a pesquisa chama de “inserção precária no mercado de trabalho”, com maiores chances de desemprego ou empregos temporários, instáveis e de baixa remuneração. Embora a taxa de abandono escolar tenha caído no Brasil entre 2000 e 2010, de 47,2% para 36,5%, nossa taxa ainda é três vezes maior que a média da União Europeia. 

O abandono escolar atinge o homem em sua maior parcela, e 52,9% ainda no ensino fundamental. Esse abandono atinge o País como um todo, embora Teresina, Boa Vista e Palmas tenham reduzido bastante esse índice nos últimos dez anos, apenas como exemplo. As mulheres levam vantagem também quando se fala em ensino superior: 14,1% a mais de mulheres estão nas universidades brasileiras. As mulheres também têm uma taxa 25% maior de conclusão do curso superior que os homens.

Mas, apesar de se formarem mais, as mulheres seguem em desvantagem em relação aos homens quando entram no mercado de trabalho. Elas se formam mais em áreas como educação, humanidades e artes, onde os salários são substancialmente menores (entre R$ 1.810,50 e R$ 2.223,90). E mesmo quando estão em profissões mais procuradas por homens, como Ciencias Sociais, Direito, Negócios, os salários são em média 66,3% do masculino. O estudo alerta que apesar de a desigualdade ter diminuído no processo educacional, ainda há muito caminho pela frente para corrigir distorções.

Fonte: Terra
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