"Nada está tão ruim que não possa piorar", diz Bolsonaro
A declaração foi feita em referência aos atuais valores de venda da gasolina no País durante o discurso para comemorar mil dias do governo
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (27) que os problemas econômicos enfrentados durante sua gestão, sobretudo a inflação no preço dos combustíveis, são uma realidade mundial e não acontece por "maldade", mas enfatizou que "nada está tão ruim que não possa piorar".
A declaração foi feita durante um discurso para comemorar os mil dias do governo brasileiro, em evento no qual Bolsonaro participou com diversos ministros para lançar o programa Crédito Caixa Tem, que planeja conceder empréstimos de R$300 a R$1 mil para quem possui conta no aplicativo da Caixa.
Ao se referir sobre os atuais valores de venda da gasolina, ele disse que ainda há "muitos obstáculos". "São intransponíveis? Não, mas depende do entendimento de cada um. Alguém acha que eu não queria a gasolina a R $ 4 ou menos? O dólar a R $ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é uma realidade. E tem um ditado que diz: 'Nada está tão ruim que não pode piorar'. Não queremos isso porque temos o coração aberto", declarou Bolsonaro.
Durante seu discurso, o presidente citou os Estados Unidos, que registraram um aumento de 40% no preço da gasolina, e o Reino Unido, cujo gás natural subiu 300%, como exemplos. "Mil dias de governo, com uma pandemia que muitos acham que o que acontece hoje em relação à economia, preço de combustíveis, entre outros problemas, está acontecendo porque eu sou o presidente e não pelo que passamos, estamos passando", afirmou.
Ainda em relação ao valor do combustível, Bolsonaro ressaltou que não há muito o que fazer em razão do regimento da Petrobras e lembrou da troca na presidência da estatal, quando indicou o general Joaquim Silva e Lina após pressionar a estatal pelo aumento do preço da gasolina.
"Alguns acham que eu tenho o poder de decidir as coisas dentro da Petrobas. Nos Estados Unidos ninguém culpa o governo pelo que acontece nos combustíveis. Aqui o grande acionista [da Petrobras] é o governo federal, mas temos normas, temos regras, tem a lei paridade e tantas e tantas outras coisas. Quando eu resolvi mudar o presidente da Petrobras a mesma perdeu dezenas de bilhões de reais e me acusaram de interferir. É um direito meu", disse.
Por fim, Bolsonaro explicou que "ninguém trabalha sob pressão", mas com "observações". "Hoje estive com o ministro Bento (Albuquerque, de Minas e Energia), conversando sobre a nossa Petrobras, o que nós podemos fazer para diminuir o preço na ponta", concluiu.