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"Não é hora de vacilação, mas de vacinação", diz Doria ao cobrar ajuda federal a vacina testada por SP

11 set 2020 - 14h55
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a cobrar o governo do presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira por recursos federais para a potencial vacina contra a Covid-19 que está sendo testada pelo Instituto Butantan, ligado ao governo estadual.

Governador João Doria segura caixa da potencial vacina da chinesa Sinovac
21/07/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Governador João Doria segura caixa da potencial vacina da chinesa Sinovac 21/07/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

"Não é hora de vacilação, é hora de vacinação. Num momento como esse, urgência, emergência, capacidade de superar burocracias fazem parte de um governo responsável que quer salvar vidas e proteger pessoas. É isso que nós esperamos do Ministério da Saúde do Brasil", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

O secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, disse, na mesma coletiva, que o governo de São Paulo ainda não obteve uma resposta do Ministério da Saúde sobre os recursos para os testes com a vacina, batizada de Coronavac, e para o aumento da importação e aceleração do processo para que ela seja produzida localmente pelo Butantan.

"Estamos aguardando realmente, ainda, um posicionamento do Ministério da Saúde para que promova o primeiro aporte no apoio à ampliação da fábrica do Instituto Butantan", disse o secretário.

"Nós estamos no meio de uma pandemia. Nós não voltamos e nós não voltaremos ao nosso normal se não tivermos a vacina. E a verdade é que nós precisamos de muitas doses, para que a gente possa, de uma forma rápida, promover a proteção, a imunização da nossa população", acrescentou.

No final de agosto, Gorinchteyn e o presidente do Butantan, Dimas Covas, foram a Brasília e se reuniram com o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello.

Na ocasião, fizeram o pleito de 85 milhões de reais para acelerar os testes com a vacina e de 60 milhões de reais para apoiar o processo de reestruturação de uma fábrica do Butantan para produzir o imunizante. Covas disse, à época, que esses dois pedidos foram "inicialmente acatados" pelo ministério, mas que ainda era necessário acertar detalhes.

Recentemente, Bolsonaro, adversário político de Doria, ironizou a candidata a vacina chinesa que está sendo testada pelo Butantan, referindo-se a ela como "a vacina daquele outro país".

Na ocasião, o presidente afirmou confiar na eficácia da potencial vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, com a farmacêutica britânica AstraZeneca, cujos testes foram pausados nesta semana temporariamente devido ao surgimento de efeitos adversos em um paciente. O governo federal, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem parceria com a AstraZeneca para usar esta candidata a vacina no país caso ela se mostre eficaz.

AGLOMERAÇÕES

O governo de São Paulo anunciou também nesta sexta que todas as regiões do Estado estão na fase amarela do plano de reabertura da economia e que, a partir de agora, as atualizações para avançar na flexibilização serão feitas mensalmente, não mais quinzenalmente. Já um retrocesso, caso a pandemia no Estado se agrave, poderá ser feito a qualquer momento.

O coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em Sâo Paulo, João Gabbardo, disse que o órgão monitora possíveis efeitos das aglomerações em praias e outros locais vistos no último fim de semana de feriado prolongado.

Ele voltou a afirmar que aglomerações não devem ser feitas.

"Todas as ações da vigilância sanitária, das secretarias de Saúde dos municípios devem ser no sentido de impedir que isso (aglomeração) aconteça. Vamos monitorar, vamos acompanhar e, se for necessário, as medidas de restrição serão tomadas pelo Centro de Contingência, ou recomendadas pelo Centro de Contingência", disse.

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