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Não é prioridade Bolsonaro ir a debates na TV

Segundo presidente do PSL, candidato dará preferência a outras agendas, apesar de ainda não estar decidido se faltará aos eventos

23 ago 2018 - 09h52
(atualizado às 10h25)
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O presidente do PSL, o advogado Gustavo Bebiano, afirmou nesta quinta-feira (23) que a participação do candidato do partido à Presidência, Jair Bolsonaro, nos debates televisivos "não é uma prioridade", mas ressalvou que o comando da campanha ainda não tomou uma decisão sobre não comparecer a esses eventos.

"Não é prioridade. Esses debates não favorecerem em nada, não acrescenta em nada. A formatação nivela todo mundo por baixo, parece concurso de Pinóquio: todo mundo tem solução milagrosa", disse Bebiano em entrevista por telefone à Reuters.

Em vídeo divulgado em junho por meio de suas redes sociais, o próprio Bolsonaro --ainda pré-candidato a presidente na ocasião-- havia dito que iria participar de todos os debates na televisão. Até o momento, ele compareceu a dois, promovidos por Band e Rede TV!, mas ainda estão por ocorrer vários debates, incluindo na TV Globo.

Bolsonaro, durante debate na CNI, em Brasília
Bolsonaro, durante debate na CNI, em Brasília
Foto: Adriano Machado / Reuters

Bolsonaro é o líder das pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto no primeiro turno nos cenários sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deverá ser barrado da disputa pela Lei da Ficha Limpa.

Segundo Bebiano, há uma deliberação da campanha em privilegiar as agendas de Bolsonaro com o povo. Ele disse que o candidato e sua equipe viajam de voo de carreira, o que complica o deslocamento, e citou, por exemplo, que na próxima semana Bolsonaro terá agendas de segunda-feira a domingo no Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Acre e Rondônia.

"Quando se assume o compromisso em comparecer a debates e convites, você não faz campanha", disse o presidente do PSL, acrescentando que Bolsonaro é o único candidato que não perdeu o contato com a realidade do povo. "O resto da classe política está alheia ao Brasil".

Questionado se no debate o eleitor teria a oportunidade de comparar as ideias dos candidatos em confronto, Bebiano afirmou que "não há a possibilidade, essa é a questão". "Não serve para nada aquilo, um olhando para a cara do outro, não se desenvolve a ideia, é improdutivo para o eleitor", disse, ao defender uma revisão do modelo.

Perguntado também se o não comparecimento de Bolsonaro mostraria um "telhado de vidro" do candidato, o presidente do partido rejeitou. "Cada um interpreta as coisas do jeito que quer. O que trouxe o candidato até aqui foi a espontaneidade, não fica em cima do muro, concorde-se ou não com as posições dele".

Pesquisa

Bebiano também afirmou que os resultados das pesquisas --como a do Datafolha divulgada na véspera-- que apontaram derrota de Bolsonaro no segundo turno para a maioria dos principais adversários são um "grande ponto de interrogação".

"As informações não casam, a nossa pesquisa está na rua", disse, ao citar o apoio que Bolsonaro recebeu na quarta-feira em ato de campanha em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. "A cidade literalmente parou, e ali é território do Alckmin", acrescentou, numa referência ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, ex-governador do Estado.

O presidente do PSL disse ter outra percepção sobre a falta de apoio do público feminino e a alta rejeição a Bolsonaro apontadas em pesquisas de intenção de voto. Segundo ele, de "10 mulheres que passam por ele, pelo menos metade para tirar foto".

De acordo com Bebiano, as pessoas têm externado um "carinho por ele que nenhum outro candidato tem". Não é o "número frio" da pesquisa, disse.

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